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Sociedade

Doenças renais: criada comissão instaladora para reactivação da associação

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Um grupo de doentes renais reuniu-se, neste domingo, 24, na Casa da Juventude, em Viana, para traçar planos concretos a fim de exigir, junto das autoridades afins, a garantia dos seus direitos e bem como melhores condições de assistência médica.

A referida reunião foi dirigida por Agostinho Adriano da Silva, do Centro de Hemodiálise do Hospital Geral de Luanda, ladeado por Anabela Bela e Domingos Catete.

No encontro de concertação de ideias os doentes renais acordaram em reactivar a Associação dos Insuficientes Renais (AIR) criada há cerca de 20 anos, mas que segundo o Correio da Kianda apurou, deixou de existir há já algum tempo, depois da sua legalização em Diário da República.

Entre as metas, a comissão instaladora propõe-se a revitalizar aquela instituição, começando pela abertura de conta bancária, com vista a melhor prestar melhor apoio aos doentes renais em caso de necessidades.

Outra aposta, aponta Agostinho Adriano da Silva, passa pela criação de um escritório próprio, bem como advogar junto do executivo, que 1% dos valores dados às empresas que estão a construir os centros de hemodiálise no país, seja reservado aos doentes renais, por entender que muitas são as entidades colectivas e singulares que “se enriqueceram às custas dos doentes renais”.

Anabela Bela, do Centro de Hemodiálise da Clínica do Exército, denunciou na ocasião actos de aproveitamento. “O doente renal em Angola foi e continua a ser objecto de enriquecimento ilícito de várias pessoas e de algumas instituições, porque a instituição que deveria fiscalizar e acompanhar as políticas gizadas para o tratamento do doente renal existe, mas não exerce com profissionalismo as suas obrigações”, denunciou.

A mulher, que faz sessões de diálise há 11 anos referiu que a pretensão é de se criar uma “associação que de facto defenda e proteja o doente renal, em cooperação com as estruturas do governo, empresas e organizações da sociedade civil que trabalham em prol de pacientes com doenças renais.

Anabela Bela, que já foi da Associação os Doentes de Insuficiência Renal de Angola (ADIRA), disse ser imperiosa a ajuda do Estado para os doentes renais, tendo referido que existem doentes a falecer por não possuírem capacidade de se deslocar aos respectivos centros de hemodiálise para as sessões de diálise, principalmente àqueles que estão desempregados.

Na referida reunião ficou acordado a convocação no dia 7 de Fevereiro, da Assembleia Geral para a eleição dos corpos directivos para os próximos quatro ano.

Problemas pontuais

Os doentes renais presentes no encontro apresentaram como principais dificuldades que os preocupam, a marginalização dos doentes com poucos recursos financeiros, no tratamento adequado, a falta de transporte em todos os centros de hemodiálise, bem como a falta de transplante de rins no país foram as principais inquietações dos associados a AIR. Entretanto, a futura direcção da AIR, Adriano da Silva, pretende atender as estas preocupações, exigindo do executivo, que o tratamento no país, bem como para a institucionalização de um subsídio para garantir aos doentes renais condições básicas de subsistência.

Fernando Quintas, tem 42 anos de idade. Há 11 anos que sofre de insuficiência renal. À imprensa, disse que há cerca de dois anos que apanhou uma paralisia, fruto de uma queda, motivada por debilidades físicas. Fernando conta que há dois anos que tem dificuldades de sentar-se, e movimenta-se por meio de uma cadeira de roda, auxiliada pelos filhos menores, mas que só há uma semana recebeu o diagnóstico de que está com uma hérnia, pedra no Rins e duas cristas que aguarda, sem data, para o internamento. “Como vou aguardar, se a dor está cada vez a me prejudicar e não consigo ter uma vida com alguma dignidade”, desabafou, pedindo ajuda.