Economia
Diretora do FMI avisa que a Zona Euro não é suficientemente resistente
A diretora-executiva do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou esta quinta-feira que embora a Zona Euro tenha feito progressos nos seus vinte anos de funcionamento, não está suficientemente preparada para enfrentar novas crises num momento em que há um arrefecimento económico.
“A Europa é mais resistente que há dez anos, mas não o suficiente”, declarou Lagarde na abertura de um simpósio organizado no Banco de França em Paris.
Um dos problemas que destacou é que “os benefícios do crescimento não são suficiente distribuídos”.
Lagarde ressaltou que a Zona Euro “é um sistema jovem e relativamente incompleto” e que num momento em que enfrenta um arrefecimento é preciso dar-lhe “um empurrão”, em particular para completar a união bancária e do mercado de capitais.
“O seu sistema bancário é mais seguro, mas não o suficiente”, lamentou a diretora-executiva do FMI, que ressaltou que “uma união monetária precisa de uma união bancária”.
Lagarde advogou por “um sistema comum de garantia de depósitos” que esteja financiado pelas entidades financeiras e não pelos contribuintes.
Para ilustrar o que chamou de “custo da fragmentação”, afirmou que há países da moeda única onde os custos de financiamento, em termos de taxas de juros, são o dobro que noutros.
“É preciso dar uma nova aceleração às finanças na Zona Euro”, destacou a ex-ministra francesa, que pediu “aos dirigentes da zona do euro” que reativem as suas discussões e aceitem “difíceis compromissos” para desbloquear a situação, porque isso servirá para “libertar todo o potencial” da união bancária.
Entre as reformas que considera necessárias para completar a união bancária e do mercado de capitais, citou a “transparência da informação” na atividade financeira e uma abordagem dos investimentos de outros países europeus como se fossem investimentos internos.
EFE