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Director e 5 efectivos da penitenciaria do Cunene detidos por desviarem alimento dos presos

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Cinco efectivos do Estabelecimento Penitenciário do Peu Peu, localizado no município do Ombadja (Cunene), encontram-se detidos desde a passada quarta-feira (16) na província de Benguela, acusados de desvio de produtos alimentares, destinados à população penal.

O processo em causa envolve igualmente o director dos Serviços Penitenciários do Cunene e cumulativamente director do estabelecimento prisional do Peu Peu, subcomissário Mário Francisco, actualmente com detenção suspensa, depois de dois dias detido nos Serviços de Investigação Criminal (SIC) do Cunene.

A Angop apurou do director do Gabinete Institucional e Imprensa da delegação do Interior no Cunene, Piedade Pombal, que os efectivos em causa foram detidos em flagrante pelos Serviços de Investigação Criminal de Benguela, quando procediam à descarga da mercadoria de um camião para uma carinha Mitsubishi Canter, numa fazenda que dista a 60 quilómetros a Sul desta província.

Explicou que a detenção resulta de um acompanhamento minucioso, orientado pelo delegado do Interior, que estava preocupado com a situação da melhoria das condições alimentar dos reclusos.

Na sequência, referiu Piedade Pombal, foi ouvido e constituído arguido deste processo-crime o director dos Serviços Prisionais que, depois de tomada a primeira medida cautelar, se encontra em liberdade, enquanto o processo em causa foi encaminhado aos Serviços da Procuradoria Geral da República.

Entretanto, fontes próximas do Estabelecimento do Peu Peu indicam o registo, no decurso do segundo e terceiro trimestres de 2017, de elevados casos de mal-nutrição dos reclusos, tendo muitos deles perecido em unidades hospitalares do Xangongo e de Chiulo, devido à insuficiência alimentar.

Em Julho último, o director executivo da Associação Ame Naame Omunu, o padre Gaudêncio Yakuleinge, denunciou a morte de nove reclusos no estabelecimento prisional de Peu Peu, em circunstâncias desconhecidas.

De acordo com o prelado católico, a denúncia foi feita com base no relato da população e de alguns familiares da ocorrência dessas mortes, numa frequência que não soube definir.

Indagado sobre o assunto, Piedade Pombal negou a existência de mortes de reclusos dentro do estabelecimento prisional, justificando que as mesmas ocorreram em unidades hospitalares, tendo os cadáveres sido transportados para a morgue com viaturas afectas à unidade.

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