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Director de organização denuncia “esquema” na concessão de vistos para o Brasil

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O director executivo da Organização Não Governamental (ONG) OMUNGA, João Malavindele, acusa os serviços consulares da embaixada da República Federativa do Brasil de inviabilizar a sua ida à cidade do Rio de Janeiro, para participar da reunião da rede da lusofonia de combate à corrupção, que está a decorrer desde o passado dia 6 de Maio, numa organização da Transparência Internacional.

Foi por meio de uma carta aberta, dirigida ao Presidente da República do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, que aquele líder cívico manifestou o seu desagrado pelo facto de não ter obtido resposta ao pedido de visto para seguir viagem ao Brasil, tendo acusado, na sequência, o corpo diplomático daquele país em Luanda, de “”promover esquemas no processo de agendamento e concepção de vistos”.

Malavindele caracteriza mesmo o processo como sendo “de elevadíssima burocracia”, o que no seu entender, propiciam actos de corrupção, tráfico de corrupção, entre “outras situações que não dignificam o povo brasileiro e as respectivas instituições”.

Na missiva, o responsável da OMUNGA denuncia irregularidades de funcionamento do processo de agendamento, que segundo fez saber, “funciona para um grupo e para outros não”.

João Malavindele justifica as suas acusações afirmando que o sistema nunca têm vaga para o agendamento, mas que as agências e outras pessoas de fora “com alguma facilidade” conseguem efectivar o agendamento, desembolsando um valor de no mínimo de 150.000 (cento e cinquenta mil) kwanzas.

“Senhor presidente, o Director executivo da associação OMUNGA, senhor João Malavindele Manuel foi convidado pela Transparência Internacional Brasil, para participar no encontro da Rede da lusofonia de combate à corrupção- Rede Globo, de 6 até 10 de Maio de 2024. Entretanto, uma vez que o site [da embaixada] não funciona para o agendamento, optou-se em fazer o pedido institucional na Embaixada da República Federativa do Brasil no sentido de viabilizar o processo de obtenção de visto […]”, lé-se na carta aberta, lida pelo próprio responsável à imprensa.

Além da carta enviada pela sua instituição no dia 12 de Abril, Malavindele acrescenta que a própria Transparência Internacional enviou uma carta ao embaixador do Brasil em Angola, além de vários emails enviados ao consulado, na ânsia de ver o pedido de visto aceite, mas que “a embaixada do Brasil em Angola preferiu um silêncio absoluto, demonstrando a falta de compromisso de matérias relacionadas com a corrupção, transparência, boa governação e o respeito pelos direitos humanos”.

Esta atitude, acrescentou, contrastam com os discursos do Presidente da República Federativa do Brasil.

O Correio da Kianda tentou contactar a Embaixada do Brasil em Luanda, mas até o momento não obteve resposta.




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