Politica
Diplomatas portugueses mediam conflito entre JLO e Bolsonaro por causa da IURD
Segundo uma notícia da revista Africa Intelligence, da sua edição de sexta-feira, 6, um grupo de diplomatas portugueses está a trabalhar, desde o último verão, para apaziguar, secretamente, o conflito surgido entre os governos angolano e brasileiro por causa do tratamento que terá sido dados aos pastores brasileiros da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola.
De acordo com a publicação sedeada em Paris, o problema da IURD em Angola continua a dividir os Estados membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa. “Apesar dos quatro meses de discreta mediação dos seus diplomatas, Portugal ainda não conseguiu reconciliar o presidente brasileiro e o seu homólogo angolano João Lourenço pelo tratamento dado pelas autoridades angolanas ao clero brasileiro da Igreja Universal do Reino de Deus”, lê-se.
A revista revela, por outro lado, que a denominação religiosa brasileira, fundada em 1977 por Edir Macedo, possui oito milhões de seguidores no Brasil e 22 postos avançados em África, com uma presença particularmente forte em Angola.
Acusações de desvio dos bens ofertados à igreja levaram os fiéis angolanos a entrar em desacordo com os pastores brasileiros, por alegadamente estes terem se apropriado de recursos da Igreja em benefício da sede no Brasil.
Recentemente, circularam nas redes sociais informações que davam conta de que diversos bens da Igreja Universal do Reino de Deus teriam sido transportados para a África do Sul, disfarçados em malas e pneus, o que levou os pastores angolanos da IURD, liderados pelo bispo Valente Luís, a decretar rotura com a ala brasileira, declarando, desta forma, uma ala reformista.
Os diplomatas portugueses, faz saber a revista, consideram a crise particularmente difícil de se resolver por tratar-se de um problema de natureza financeira. “A IURD acusa a ala da reforma de confiscar edifícios dos quais é o legítimo proprietário, e está pedindo indemnização, enquanto que a igreja angolana acusa a sede no Brasil de se apropriar de uma quantia significativa de ofertórios da igreja feitos em Angola”, escreve ainda a Africa Intelligence.
Lembrar que o bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, é membro da equipa do presidente brasileiro Jair Messias Bolsonaro.