Politica
“Diálogo é a única solução duradoura para a pacificação no Leste da RDC” – MIREX
Num comunicado divulgado no início da noite desta terça-feira, 18, o Ministério das Relações Exteriores justificou a ausência da delegação do Movimento 23 de Março nas negociações directas, que teriam início hoje, em Luanda.
“Por motivos e circunstâncias de força maior, não foi possível a realização, esta terça-feira, 18 de Março, em Luanda, do encontro programado entre o Governo da República Democrática do Congo (RDC) e o Movimento Março 23 (M23)”, lê-se no documento direccionado à opinião pública nacional e internacional.
Após anunciar, na manhã de ontem, que participaria nas negociações directas de paz, no meio da noite desta segunda-feira, o Movimento 23 de Março publicou um comunicado a cancelar a participação. Em causa, segundo o grupo, estaria a imposição de sanções contra vários líderes militares do Ruanda e do M23.
“As sucessivas sanções impostas aos nossos membros, incluindo as adoptadas nas vésperas das discussões de Luanda, comprometem seriamente o diálogo directo e impedem qualquer progresso”, lê-se na nota.
Contudo, o Ministério das Relações Exteriores garantiu que Angola, “na qualidade de Mediador, continua a envidar todos os esforços para que o referido encontro se realize em momento oportuno”.
Reafirmou, igualmente, “ser o diálogo a única solução duradoura para a pacificação no Leste da República Democrática do Congo”.
A actividade armada do M23 intensificou-se em Novembro de 2021 com ataques relâmpagos contra o exército governamental no Kivu Norte. Desde Janeiro de 2025, o conflito causou a morte de mais de sete mil pessoas, dos quais cerca de 2.500 estão enterrados sem identificação, segundo os dados divulgados pela primeira-ministra da RDC, Judith Suminwa, e milhões de deslocados.