Sociedade
Desviados mais de 10 milhões de kwanzas na Universidade Njinga Mbande
Casos de corrupção causam desfalque de mais de 10 milhões de kwanzas na Universidade Njinga Mbande, em Malanje, foram ainda detectadas irregularidades na admissão de estudantes e na adulteração de registos de pagamentos de propinas.
Juvencio Benza, Director do Gabinete Jurídico e Intercâmbio da universidade pública, explicou como os supostos falsificadores actuavam.
“Pegava-se no registo de quem realmente foi admitido, pegava-se no registo de quem não foi admitido, mas passou pela via do valor que lhe foi cobrado, e trocavam as informações, quem entrou de forma legal ao procurar os seus dados no sistema não aparecia, essa era uma via, a outra via e mais grave era a falsificação de recibos de pagamento, o estudante vai acumulando um monte de dívidas, procura o funcionário e o funcionário, entende que pode o ajudar eliminado as dívidas ou pagando parte delas acrescendo um valor que não entrava na conta da instituição, era pago em mão ao funcionário ou transferido para a conta do funcionário”, disse.
Nesta operação clandestina, estão implicados 47 estudantes e sete funcionários da universidade que já foram demitidos na sequência de um processo disciplinar.
“O processo continua em curso de averiguação, mas temos até agora 47 estudantes, no final as provas acabaram por falar mais e acabaram sendo demitidos, temos um total, a princípio de sete funcionários. O bruto deste desfalque que era provocado por esses funcionários era um dos motivos pelo qual a universidade não conseguia honrar aquilo que era o pagamento dos professores no período pós-laboral, os danos nessa altura são incalculáveis as averiguações continuam mas ja passam dos 10 milhões”, avançou o director.
Trata-se de um caso que ainda poderá fazer correr muita tinta. De acordo com Juvencio Benza, o processo de averiguação continua e já foi entregue as instâncias, judicias.
“Estamos a trabalhar aqui em anos 2023, 2024 e 2025, então há um processo ainda a se aferir se há mais casos de anos passados também passaram por essa via, fez-se também a queixa-crime diante dos órgãos de direito, e recebemos a informação que o processo esta em curso, e a Direção da Universidade aguarda que os órgãos competentes façam o seu trabalho”, ressaltou.