Sociedade
Desequilíbrio ecológico é a causa da devastação agrícola por animais selvagens – Ambientalista
A destruição de espaços agrícolas por alguns animais selvagens, prática recorrente em algumas regiões do país, sobretudo na província de Cabinda, “é o reflexo de um desequilíbrio ecológico crescente”, de acordo com o ambientalista Rafael Lucas.
O especialista referiu que a intervenção humana na natureza, nos últimos tempos, tem contribuído significativamente para a redução do habitat natural de determinadas espécies selvagens, o que resulta, em muitos casos, na invasão destes espaços habitados pelos seres humanos.
“No caso da província de Cabinda, a devastação causada pelos elefantes demonstra, na verdade, como a redução das florestas e a falta de corredores ecológicos seguros têm forçado estes animais a procurarem alimentos em plantações”, disse.
A crescente ocupação de terras para fins agrícolas, a construção de infra-estruturas e a exploração de recursos naturais reduzem os espaços destinados à fauna”, explicou.
Para evitar o risco de invasões por estes animais selvagens, o ambientalista defende a criação de um plano abrangente que envolva os governos provinciais, organizações dedicadas à preservação do meio ambiente, bem como as comunidades em geral.
“Neste mesmo plano, podemos incorporar algumas medidas. A primeira é a criação de um corredor ecológico, espaço que permita aos animais circularem entre as reservas sem entrarem em áreas habitadas. Outra medida fundamental é a monitorização e alerta, para identificar o movimento de grandes animais e avisar as comunidades próximas”, sublinhou Rafael Lucas.
No presente ano de 2024, foram devastadas mais de 50 toneladas de produtos agrícolas por manadas de elefantes, em Cabinda, numa área de mais de 50 hectares.