Desemprego obriga crianças a fazerem trabalho forçado na Lunda Norte

Na ronda que a equipa do Correio da Kianda efectuou, neste fim-de-semana, à província da Lunda Norte, no município do Cuango, região onde se faz exploração de diamantes, a situação social e económica é totalmente chama atenção, onde crianças dos 7 aos 10 anos, por causa da pobreza extrema, são obrigadas a trabalhos forçados para se manterem vivas naquele território.

Em abordagem a um menor identificado por Silva, questionamos se já terá visto uma pedra de diamante, o rapaz revelou que desde que nasceu na zona rica em “pedras preciosas” nunca tivera visto, mas que a sua infância está a ser interrompida e não consegue brincar como uma criança normal, porque tem de se dedicar a venda de mortadela, vulgo “Bagú” para ajudar a cozinha da família.

Já um outro menor, com apenas 7 anos, em entrevista ao nosso jornal, disse que está a ser submetido ao trabalho forçado porque o seu pai não tem emprego. Segundo ele, o pai já não vai as zonas de exploração autorizadas para a população porque ao regresso muitos deparam-se às “chacinas” efectuadas por seguranças de empresas privadas, efectivos da PNA e das FAA, que tem vindo a efectivar nesta região.

O mais-velho entre os menores, que responde pelo nome de Chicalo, disse que vende “Bagú”, porque é órfão, perdeu o seu pai, em situação de confronto entre as autoridades que controlam as zonas de exploração e que para ajudar a sua mãe e manter refeições em sua casa, compram as mortadelas em pequenas lojas de comerciantes locais para venderem em retalhos nos bairros.

O que o Correio da Kianda apurou é que muitas destas crianças são órfãs. Os cidadãos daquela província apelam para que as autoridades governamentais locaias possam assegurar o estudo, a saúde e a alimentação destas crianças, que diariamente vagam em todo município do Cuango.