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Depois da partida de Biden, Kamala e Blinken, Hamas pode já não ter tempo para assinar cessar-fogo

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O Governo israelita quer de volta os seus cidadãos que continuam reféns do Hamas, alegadamente em Gaza, mas deseja mais a destruição total do referido grupo apoiado pelo Irão, sendo que se encontra na iminência de rubricar um cessar-fogo face à pressão da Casa Branca e de sua população. Entretanto, há acusação de que o Hamas, à última da hora, impôs novas condições para os termos do acordo, facto que leva diferentes analistas a apelar ao Hamas para que não deve se esquecer de que a Administração do trio Biden, Kamala e Blinken, deixa de comandar a Casa Branca logo às primeiras horas de segunda-feira, dia 20, e que no novo inquilino, Donald Trump, pelo agrado de Benjamin Netanyahu, já prometeu intensificar o apoio a Israel, o que pode tornar o Médio Oriente, como disse o próprio, “num inferno”.

Israel e o Hamas estão, sob mediação dos Estados Unidos da América, Egipto e Qatar, na iminência de assinar um acordo de cessar-fogo. O documento que aguarda pela assinatura de ambos os lados da guerra que já dura 15 meses, poderá entrar em vigor no domingo, 19, caso seja rubricado a tempo, e prevê que o Hamas, numa primeira fase, libertará 33 reféns, sendo que Israel deverá libertar 30 palestinianos por cada civil israelita, e 50 palestinianos por cada soldado israelita libertado.

Para muitos israelitas, incluindo algumas famílias que têm ente queridos sob custódia do Hamas, este é “um péssimo acordo”, dado que podem estar na lista a libertação de terroristas sedentos de mais sangue israelitas, e citam Sinwar como o exemplo mais acabado.

Yahya Sinwar, que acabou por chegar no topo da liderança do Hamas, foi quem coordenou o ataque de 07 de Outubro de 2023 contra Israel, despoletando assim a presente guerra. O político palestino esteve preso em Israel por duas décadas, e foi libertado em 2011, numa troca de prisioneiros, em que a libertação de um militar israelita valeu pela tropa de mil palestinos presos.

Entretanto, enquanto a sociedade israelita esteja dividida entre os que se manifestam favoráveis ao acordo e os que se revelam contrários, o acordo, apesar de parecer iminente, encontra-se num impasse, dado que Israel acusa o Hamas de “crise de última hora”, e há especulações de que o grupo tenciona indicar alguns nomes das figuras que espera que venham a ser libertadas.

Vale referir que o Governo israelita, encabeçado por Benjamin Netanyahu, quer de facto de volta os seus cidadãos que continuam reféns do Hamas, alegadamente em Gaza, mas deseja mais a destruição total do referido grupo apoiado pelo Irão. Porém, diferentes observadores ocidentais apelam para que o Hamas corra visando assinar o acordo, porque o trio Biden, Kamala e Blinken, deixa de comandar a Casa Branca nos EUA, logo às primeiras horas de segunda-feira, dia 20, tendo em conta que o novo inquilino, o republicano Donald Trump, pelo agrado de Benjamin Netanyahu, já promete intensificar o apoio a Israel, o que pode tornar o Médio Oriente, como disse o próprio, “num inferno”.

Desde que se deflagrou o conflito, os EUA, sob liderança de Joe Biden, tem apoiado Israel, dando armas pesadas e sofisticadas, mobilizou o mundo liberar e até alguns países do Médio Oriente para a formação de uma espécie de coligação de defesa que ajudou Israel e defender-se dos ataques de 300 mísseis e drones lançados por Teerão contra Telavive.

Além disso, a Administração Biden posicionou a Marinha norte-americana no Mar Vermelho, visando, entre outros objectivos, destruir os engenhos lançados por Houthis e outros grupos contra Israel ou contra embarcações comerciais.

Mas vale referir que o apoio de Biden não é cego ou movido exclusivamente por um tipo de emoção, dado que, à medida que vem defendendo Israel, também tem aplicado sanções a determinados israelitas, além de reduzir o fornecimento de armas quando invadido pela percepção de que Netanyahu não esteja interessado a paz.

Já Donald Trump, que a partir de segunda-feira assume o poder na Casa Branca, depois de lá ter estado entre 2017 e 2020, não tenciona conversações. Avisou que quer os reféns de volta a Israel, e que se tal não acontecer num curto espaço de tempo, poderá fazer do Médio Oriente um inferno.

Não deixou claro ainda como poderá ser este apoio que pode tornar o Médio Oriente num inferno, se com apoio de mais armas ou se deverá haver também tropas norte-americanas no terreno.

É tradição os Presidentes dos EUA manifestarem apoio incondicional a Israel, mas nos últimos 30 anos, não há um líder norte-americano que tenha apoiado tanto Israel como Trump, no seu primeiro mandato, e Joe Biden.

Contra todas as previsões, Donald Trump, durante o seu primeiro mandato presidencial, tornou em prática o que muitos de seus antecessores manifestavam o desejo de o fazer, mas nunca chegaram a executar: reconhecer Jerusalém como a capital de Israel.

Entretanto, Barack Obama foi o líder norte-americano, que não suportou a intransigência de Netanyahu, em relação à Palestina e os Colonatos israelitas na Palestina, e chegou a orientar que o país votasse por abstenção numa votação no Conselho de Segurança da ONU, o que permitiu que fosse aprovada uma resolução condenando os assentamentos israelitas na Palestina.




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