Politica
Crise política na FNLA deve-se a ânsia pelo poder, diz analista
O cientista político Eurico Gonçalves entende que o descontentamento dos militantes da FNLA resulta de uma combinação de factores de carácter estruturais, como o fraco desempenho político partidário reflectido nos resultados alcançados nas últimas eleições gerais e a falta de estratégia política.
Para o cientista político, a falta de progresso vivido na FNLA vem dos anos anteriores, marcada pela falta de disciplina partidária e a luta a nível interno pelo poder, pelo que defende a necessidade de uma reformulação do partido com o surgimento de um líder congregador.
Esta quarta-feira, 05, em Luanda, o descontentamento com a liderança de Nimi-a-Nsimbi como Presidente do partido, levou um grupo de militantes a manifestar-se.
A contestação foi manifestada durante uma conferência de imprensa, que teve como finalidade esclarecer os motivos do descontentamento, assim como as reivindicações e dar a conhecer a ambição dos militantes em ajudar a FNLA a resgatar a sua mística.
Para o quadro sénior Suzana Paulo dos Santos, na leitura do manifesto de descontentamento do grupo de militantes, afirma que passados três anos, a FNLA, com presidente Nimi-a-Nsimbi, não progrediu e se encontra completamente estagnada, facto que consideram como provas inequívocas sobre a “incapacidade de o actual líder, em dirigir um partido desta dimensão”.
O antigo Secretário para Informação, afirma que existe uma letargia no partido, assinalada com a falta de acções políticas a nível nacional, a inexistência de secretários nacionais em apoio ao presidente e ao partido, assim como a falta de apoio aos secretários provinciais.
A Rádio Correio da Kianda contactou a direcção do partido fundado por Holden Roberto, mas, sem sucesso.