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Crise em São Tomé: chefe do governo renuncia cargo três dias depois da sua nomeação

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Três dias depois de ter sido nomeada Primeira-Ministra e chefe do governo santomense, Ilza Maria dos Santos Vaz renunciou este domingo, 12, do cargo a que havia sido nomeada na passada quinta-feira 9.

A informação consta do Decreto Presidencial n°04/2025, assinado neste domingo, 12, pelo chefe de Estado, Carlos Manuel Vila Nova.

O referido decreto, a que o Correio da Kianda teve acesso, nomeia, por esta razão, Américo D’Oliveira Ramos, para ocupar o cargo de Primeiro-Ministro e chefe do Governo da República de São Tomé e Príncipe.

Ilza Maria dos Santos Vaz justificou a decisão de renunciar ao cargo pelo facto de que “a divulgação da lista de nomes propostos antes de ser do conhecimento do Presidente da República minou a confiança necessária para a coabitação entre os dois órgãos”.

Aquela responsável era uma das três entidades que haviam sido indicadas do Partido Acção Democrática Independente (ADI), força política mais votada nas últimas eleições legislativas, vencendo assim a presidente do Parlamento, Celmira Sacramento, e a ministra da Saúde e Direitos da Mulher, Ângela Costa.

Ilza Maria dos Santos Vaz tinha substituído o até então Primeiro-Ministro, Patrice Trovoada, demitido na terça-feira, 7, pelo Presidente Carlos Manuel Vila Nova, que o considerou como incapacitado para solucionar os “inúmeros desafios” do país, além de, segundo o decreto presidencial ter “manifestado deslealdade institucional”.

Contra Patrice Trovoada, pesam as acusações de “falta de lealdade institucional, assinatura de acordos internacionais sem conhecimento do Presidente da República, com destaque para o que rubricou com a Turquia e a Venezuela, e ainda cerca de seis meses e três semanas de ausências do chefe do Governo do território nacional, das quais o chefe de Estado só teve conhecimento quando já decorriam”, destaca a imprensa local.

No mesmo dia, Trovoada anunciou que o seu partido recorreu para o Tribunal Constitucional contra a demissão do Governo decretada pelo Presidente, alegando que a decisão viola a Constituição.

“O Presidente violou a Constituição. Pedimos que o Tribunal Constitucional se pronuncie com urgência. É uma situação grave que, no nosso entender, foi movida por interesses políticos”, disse.

Radio Correio Kianda




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