Três crianças foram encontradas mortas afogadas dentro de uma cacimba (poço de água) quando tentavam retirar o líquido precioso para o consumo doméstico, na “zona alta” da cidade do Lobito, província de Benguela.
Trata-se de Anderson (7 anos), Marina (6 anos) e Francisca (4 anos). Segundo testemunhas, o poço em causa foi construído pelos moradores com o propósito de obter água, uma vez que a “zona alta” do Lobito “há mais de 15 anos que não beneficia de água potável”.
Ao que consta, a “zona alta” do município do Lobito, em Benguela, a sua população vive em condições difíceis, cujos habitantes precisam de quase tudo e a água não jorra nas torneiras há 17 anos, situação que tem complicado aqueles moradores a terem uma vida condigna: “Estamos já acima de 17 anos sem água, por isso, decidimos cavar o poço onde conseguimos retirar a água que usamos para a nossa sobrevivência”, disse um dos moradores.
A população ouvida no local do incidente contou que, as crianças vítimas, brincavam no mesmo poço onde os moradores retiram a água para o consumo diário: “As três crianças que morreram porque estavam a brincar dentro da cacimba e acabaram por perder a vida”, referiu outro morador.
Os munícipes da “zona alta” do Lobito dizem que, apesar do perigo que correm todos os dias, não encontram alternativa para terem água potável “senão nos socorrermos do poço mesmo contendo água imprópria para o consumo humano”.
Os populares afirmam que foram esquecidos pelo Governo de Benguela liderado pelo Rui Falcão: “Nós somos humanos, precisamos de água para beber, pois, sem água não há vida e estamos abandonados pelo governo”.
O Decreto apurou que, depois do incidente, a população teve de tapar com “urgência” o referido poço para evitar a “fúria” dos familiares das vítimas.
O Decreto