Ligar-se a nós

Politica

Covid-19: especialistas reagem à Sputnik V tomada pelo Presidente da República

Publicado

em

Especialistas em relações internacionais reagiram ao Correio da Kianda, o facto de o Presidente da República, João Lourenço, e a Primeira Dama, Ana Dias Lourenço, bem como membros do seu Executivo terem tomado a vacina Sputnik V, quando o resto da população está a ser vacinada com a vacina da Astrazeneca, entretanto, suspensa na Europa.

O especialista em relações internacionais, Pedro Moreira, entende que ao tomar a vacina, o Presidente João Loureço, demonstra o seu compromisso internacional com a causa do combate contra a covid-19 em Angola e pretende “também incentivar alguns cidadãos, ainda meio sépticos, em tomar a vacinar, para aderirem a mesma campanha”.

João Lourenço

Questionado sobre que mensagem estaria a passar à Comunidade Internacional, o Presidente João Lourenço com a toma da Sputnik V, Pedro Moreira referiu que passa uma mensagem de alinhamento com a Organização Mundial da Saúde (OMS), reiterada recentemente pelo seu Secretário Geral, António Guterres, quando, na sua recente intervenção sobre o combate à pandemia alertou ao mundo “para aderirem à vacina da Sputnik V, contrariando as demais teorias de conspiração de que a mesma não era segura” e que carecia de algumas questões de segurança.

“O Presidente da República foi claro na sua curta intervenção que o Governo angolano não está dependente de um único modelo de vacina, e que tem recebido doses de vacinas de vários organismos internacionais e empresariais e que continuará aberto em adquirir outras vacinas de outras marcas e que o Governo angolano tem o compromisso de combater a covid-19”, reiterou.

Recentemente correram notícias de que a quando da sua recente deslocação aos Emirados Árabes Unidos, João Lourenço terá aproveitado a estadia no Dubai para tomar a vacina da Johnson. Pedro Moreira disse que “hoje, o PR coloca de fora a esta especulação e incentiva a população para aderirem à vacina, que internacionalmente demonstra o seu compromisso com a causa do combate à covid.19 em Angola”.

Reforço de laços 

Já o analista político Olívio Quilundo questiona dois aspectos do acto: primeiro, o facto de o Chefe de Estado angolano ter decidido tomar a vacina, dois meses depois de se ter dado início do processo de vacinação da população com a Astrazeneca e, segundo, o facto de ter escolhido a vacina russa.

O politólogo fez estas observações, a olhar para o facto de em outros países, terem sido os chefes de Estado e de Governo os primeiros a tomar a vacina contra a covid-19, uma tendência contrariada pelo Executivo angolano que se viu imunizado nesta quinta-feira, 13 de Maio.

Uma visão apoiada por uma especialista em relações internacionais que, entretanto, prefere o anonimato, dada a sua relação laboral. A jovem académica entende que a vacina Sputnik V oferece maior percentagem de imunidade, “o que pode nos levar a pensar que ou o PR e seu staff confiam mais na vacina Russa ou que é diplomaticamente para reforçar os laços com a Rússia”.

Outro parecer apontado pela académica é o revelar que “o PR ao receber a vacina [da Sputnik v] reafirma seu posicionamento pelas boas relações com a Rússia.

Vacinação em Angola 

O primeiro lote de vacina a chegar em Angola foi a 1 de Março último, dia em que também foram vacinadas as primeiras 50 pessoas com mais de 60 anos de idade, aos quais foi administrada a vacina da Astrazeneca.

Já o segundo lote, também da Astrazeneca chegou à Angola no início de Abril, numa iniciativa da Sinovac, ao passo que as primeiras 600 mil doses do primeiro lote vieram da iniciativa da Covax, pelas mãos da União Europeia.

Alem do Presidente João Lourenço e da Primeira Dama da República, Ana Dias Lourenço, estiveram igualmente no Complexo Paz Flor para serem vacinados, o Vice-Presidente da República, Bornito de Sousa, o Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, e outros membros do aparelho governativo.

Lembrar que recentemente, a ministra da Saúde, Silvia Lutucuta, que falava à Comunicação Social, disse que as vacinas da Sputnik V seriam administradas aos profissionais dos sectores com grande exposição ao público, entre os quais os funcionários da Administração Geral Tributária (AGT) e da banca, ao passo que os demais cidadãos e sectores de actividade, como os professores, continuariam a apanhar a vacina da Astrazeneca.

Sputnik V: casal presidencial recebe primeira dose da vacina russa




© 2017 - 2022 Todos os direitos reservados a Correio Kianda. | Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem prévia autorização.
Ficha Técnica - Estatuto Editorial RGPD