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Opinião

Covid-19: Como vi o mercado do Mutundo na província da Huíla no dia 25 de Abril

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O país está neste momento com os olhos postos no combate á covid-19.É uma doença que está assolar o mundo, em geral, e Angola, em particular.Todos os dias acompanhamos notícias que dão conta do número de infectados e mortes no mundo inteiro.

Em meio a tristeza não tem faltado também informações animadoras.Como o número de pessoas recuperadas, a entrega de especialistas de saúde na busca por uma vacina. Outrossim, o facto de cristãos do mundo inteiro, independentemente da denominação( igreja), cairem de joelho em oração pedindo o auxílio de Deus diante dessa pandemia .O grande movimento de solidariedade no mundo afora, com a mobilização de meios de biosegurança e alimentação para os mais desfavorecidos e/ ou vulneráveis.Como crianças, idosos e pessoas sem abrigo. Isso tudo anima!Bom é saber que ainda há pessoas que se interessam com o próximo.Quer dizer que não olham para quem está ao seu lado como « outro», mas sim como « igual». Embora, do outro lado da barricada, não falta pessoas que não passam como diz o filósofo Thomas Hobbes « homo homini lupus»(latim),ou seja,« homens lobos do próprio homem».

Homens que não conseguem transitar da « animalidade à razão» dada a aguda pobreza espiritual que vivem. Os tais, mesmo em momento como esse, perdidos em si, julgando-se superiores, abusam da vulnerabilidade e /ou da pobreza dos demais, para satisfazer interesses pessoais e/ou de grupo. Simulam estender a mão ao necessitado utilizando a engenharia da falsa solidariedade. Que tristeza! Mas esses podem ser impunes nos tribunais dos homens mas não serão no tribunal de Deus. Excepto se arrependerem.

Como dissemos, ao começar, o país está com os olhos postos no combate à covid-19. Para o efeito o Presidente da República, na qualidade de chefe de Estado e do governo, já prorrogou três vezes o Estado de Emergência. A terceira prorrogação começou a 26 de Abril e termina a 10 do corrente mês.

No sabádo , 25 de Abril, fui à praça do mutundo, o maior mercado a céu aberto da capital da Huíla, no Lubango. Sabádo é um dos dia estabelecido pelas autoridades para abertura de mercados à luz do Estado de Emergência. Logo a entrada no território onde está a praça do mutundo vi uma forte presença das forças da ordem e segurança, concretamente, a Polícia Nacional(PN) e as Forças Armada Angolana(FAA). Ao contrário da primeira e segunda fase do estado de emergência actuação desses agora é mais pedagógica. Os efectivos das FAA exibiam arma de guerra, AKAM, com os passadores nos ombros colocados no avesso. Chamou-me atenção e gesto de « mana madó»( aparecedor), disse a um solado -Senhor os passadores estão no avesso. Ele respondeu – Não se preocupe, é nossa senha. Ao contrário de outros dias, eles orientavam as pessoas com muita urbanidade, onde deviam e não deviam passar, entrar e sair. Os policiais faziam o mesmo. Só não estavam em posse do uso de máscaras e luvas. O acesso para o pavilhão que funciona próximo ao posto policial, o banco BPC e o Sol, era só um. Para saída é que tinha várias vias.Tanto a entrada e a saída era orientada.

Na entrada do mercado, vi uma motorizada de três rodas cisterna de cor amarela com água.

Na nossa banda essas motas chamamos « kaleluia». Vi sabão azul. Ninguém entrava para o mercado sem cumprir com o « ritual» de lavagem das mãos com água e sabão. Após a lavagem das mãos a pessoa era desinfestado o corpo inteiro, ou seja ,da cabeça aos pés,( provavelmente com álcool em gel). O pessoal que trabalhava nisso usava máquinas usadas no processo de pulverização.Eu pessoalmente passei por esse processo. Que sensação de segurança!

Já no interior do mercado as medidas de biossegurança também estavam presente, mormente, o distanciamento de um metro entre os vendedores, o uso de máscaras, maioritamente de pano. Só não havia marcações de distância entre o vendedor e o cliente, o que julgamos ser necessário. O processo todo estava ser supervisionado pela equipe de inspecção do Gabinete Provincial de Saúde. Foi um um execelente trabalho. Daí as nossas palmas pela comissão multisectorial de combate ao covid-19 na Huíla, encabeçada pelo Governador Luís Nunes, pelo que vi no mercado do mutundo, no sabádo 25 . Afinal de contas, coisas boas devem ser aplaudidas.

De lá para cá, não voltei ao mercado do Mutundo. Assim fico sem saber se a moda pegou ou tudo não passou apenas de sol de pouca dura, como se ousa dizer na gíria.

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