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Opinião

Covid-19: Cartão vermelho ao governador da Huíla 

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Uma das medidas mais básica de prevenção contra à Covi-19 é « lavar às mãos com água e sabão». É uma recomendação da Organização  Mundial da Saúde (OMS), que as autoridades angolanas, através da comissão multisectorial de combate ao Covid-19, tem estado a reiterar. Nas rádios, jornais e canais de televisão nacionais e internacionais acompanha-se com frequência essa mensagem.

Apesar de ser uma medida básica, em países como nosso, onde esmagadora maioria  da população não tem acesso à água potável, não é tão fácil assim cumprir a medida. Sem exagero, é o que se assiste na província da Huíla, em particular, na sua capital, Lubango.

A ex- Sá da Bandeira não tem água corrente em todos os bairros. Com o isolamento social imposto pelo Estado de Emergência decretado pelo chefe do Estado e do governo angolano, a busca pelo líquido precioso por parte da população que, em épocas normais já é  uma verdadeira odisseia,  seja ainda mais difícil. Observou-se essa realidade na primeira fase do estado de emergência que durou de 27  de Marco  à  12 de Abril. Diante dessa dificuldade, apesar de ser  uma medida simples, como lavar as mãos frequentemente? Claro que não passará de utópia!

Outrossim, embora o estado de emergência estabeleça a não aglomeração de populares, esta proibição  na cidade do Lubango era inevitável nos bairros sem água canalizada.

A aglomeração nos pontos de furos de água( sondas a manivelas e chafarizes solares) era como se estivéssemos em dias normais.Um autêntico risco a propagação do coronavírus. Na semana passada, o governo provincial chamou  à imprensa local para testemunhar a distribuição de água. Mas, pelo que  me pareceu, não passou apenas de uma  política de « charme», ou seja,, como tem se dito cá na nossa banda, um acto para « o inglês ver»(risos).

Pois, o processo começou e terminou  assim que os jornalistas deram às costas. O povo continua à espera da à água , mas parece só receberão na próxima encarnação, como tem se  dito na gíria.

Com a propaganda que mereceu em  na imprensa local, ficou claro, que o objectivo era apenas ofuscar às críticas que o líder da CASA-CE na região fez a propósito neste jornal.

Agora, com a prorrogação do estado de emergência para mais 15 dias, caso o quadro não inverter, o pior estará às portas.

ESTRANHO, MAS MUITO ESTRANHO MESMO!

O actual governador provincial da Huíla é Luís Nunes. Um empresário de gabarito emprestado à política. Desde que chegou ao cadeirão máximo da casa « cor de rosa» tem dado sinais  de boa governação. E nas conversas do dia-a-dia da população é possível aferir esse reconhecimento.

Mas o Covid-19 está a fazer cair a ficha limpa de Luís Nunes, sobretudo, na questão de distribuição de água.

O estranho é que na qualidade de militante do MPLA, Luís Nunes, na campanha eleitoral  que culminou com as eleições gerais de 2017, disponibilizou dezenas de camiões atrelados ( de empresas suas, incluindo a mais conhecida que actua no ramo de construção civil, OMATAPALO)  para transportar apoiantes  do seu partido dos 14 municípios do interior da província para sua capital, Lubango, que acolheu os  mega comícios do maioritário.

E, agora, nas vestes de governador da Huíla, Luís Nunes, demonstra incapacidade de mobilizar carros cisternas para abastecer às populações de água, quando o país atravessa um momento delicado  devido à pandemia do coronavírus.  Isso é que parece realmente  estranho!

A ministrada Saúde, Silvia Lutukuta, disse em uma das conferência de imprensa que ,« a vida do angolanos não tem preço».Isso é verdade. O governo da Huíla parece não ter noção disso. Desta forma, pode comprometer o esforço do Presidente da República, João Lourenço, inerentes ao combate do coronavírus.

É momento de crise, como esta que estamos a viver, que se vê o verdadeiro rosto dos governantes.E, neste particular,  o governdor da Huíla pela falha de distribuição de água á população, merece um cartão vermelho.

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