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Sociedade

Covid-19: angolanos retidos no Brasil vivem dias de pesadelo

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O surto do novo coronavírus está a fazer com que pelo menos mais de 50 angolanos retidos no Brasil não estejam a receber, actualmente, apoio consular para regressar ao país. Muitos deles afirmam já não possuir dinheiro para poder se sustentar.

Grande parte desses angolanos, que têm estado a pedir ajuda para regressar ao país, são estudantes e cidadãos que foram ao Brasil para tratamento médico e que acabaram por ser surpreendidos com a pandemia da Covid-19.

“Aflitos e desesperados”, num vídeo de pedido de socorro enviado ao Correio da Kianda, os mais de 50 angolanos afirmam estar psicologicamente agastados, por não terem mais o que comer, nem dinheiro para pagar moradias.

“Muitos de nós aqui no Brasil estamos a nos tornar mendigos, por não termos mais dinheiro para poder nos sustentar. Tudo o que tínhamos acabou e nos hotéis onde estávamos estão a nos expulsar por não termos mais dinheiro para pagar”, lamentam.

Em gesto de solidariedade, o grupo de angolanos que tem estado, inclusive, a manifestar-se em frente as instalações do consulado de Angola no Brasil, a quem acusam de abandonar os seus concidadãos, numa carta enviada a este jornal, sublinham que têm estado a juntar-se, ficando num único sítio, para não ficarem espalhados um dos outros, por medo de serem maltratados, uma vez que se encontram na condição de estrangeiros.

“Já estamos a ficar sem dinheiro, por isso o grupo combinou para nos juntarmos e ficarmos num único sítio porque temos medo de sermos maltratados aqui no país alheio, uma vez que o consulado de Angola, quase nos abandonou e nunca nos recebe”, sublinham.

No dia 03 deste mês, o Correio da Kianda publicou o apelo feito pelo grupo de cidadãos angolanos retidos na Nigéria, desde o início da pandemia da Covid-19, em Março, que dizem “sentirem-se abandonados e lançaram um grito de socorro” às autoridades angolanas para facilitar o regresso ao país.

O Brasil atingiu, neste sábado, 4, a marca de 64.265 mortes por Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. Apenas em 24 horas, o país registrou 1.091 novos óbitos, segundo o Ministério da Saúde daquele país.

Como comparação, o Brasil teve 63 mil mortes violentas em todo o ano de 2017, o pior ano da série histórica nesse quesito.