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Entrevista

COP29: Angola pode usar a sua voz para defender interesses dos países em desenvolvimento

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A COP29, que decorre no Azerbaijão e termina esta sexta-feira, 22, representa um momento crucial na luta contra as mudanças climáticas, tendo em vista o contexto histórico do país, considerado por muitos como o berço dos combustíveis fósseis.

Em entrevista exclusiva ao Correio da Kianda, o ambientalista Rafael Lucas falou sobre as vantagens da participação de Angola nesse evento mundial. Um deles, é o acesso ao financiamento verde, por oferecer uma plataforma para o Executivo captar financiamento.

O ambientalista disse, por outro lado, que pode haver também ganhos nas políticas sustentáveis, a troca de experiência com outros países poderá facilitar também na formulação de políticas públicas, promovendo assim a agricultura ecológica e a capacitação técnica.

Leia a entrevista abaixo

O que representa a COP29?

 A COP 29, realizada em Baku, Azerbaijão, representa, na verdade, um momento social na luta contra as mudanças climáticas, especialmente considerando, digamos, o contexto histórico do país, que é considerado por muitos como o berço da indústria dos combustíveis fósseis. A pressão crescente por uma agenda antifóssil, evidenciada pela significativa manifestação na Copa 28, foi catalisador para acções concretas e compromissos mais robustos.

Como tem sido a participação de Angola no evento? 

A participação de Angola neste evento, acreditamos nós que está sendo fundamental para o fortalecimento da sua posição na arena global, assim como também na promoção de uma economia mais verde.

Quais os ganhos para Angola nessa participação na COP29?

Entendemos que existem alguns ganhos da participação de Angola neste evento mundial. Um deles podemos destacar aqui, que é o acesso ao financiamento verde. A COP29 oferece uma plataforma para Angola captar investimentos internacionais, destinado única e exclusivamente para projectos sustentáveis, especialmente em áreas de energias renováveis e conservação do meio ambiente.

E em relação ao desenvolvimento de políticas sustentáveis?

Também pode haver ganhos no desenvolvimento das políticassustentáveis. Acreditamos que a troca de experiência com outros países poderá facilitar na formulação de políticas públicas que incentivem práticas sustentáveis, promovendo, assim, a agricultura ecológica e a protecção da biodiversidade. Outro ganho que é importante também destacar aqui é a capacitação técnica.

Há outros ganhos para o país?

A participação de Angola nesta Conferência das Partes permite também participar em workshops, painéis que irão permitir com que Angola desenvolva as suas capacidades locais em tecnologias limpas e, assim como também na gestão ambiental, preparando os nossos profissionais para os desafios da transição energética.
Há ainda ganhos para a imagem do país…

O fortalecimento da imagem internacional acreditamos nós também que é uma área muito fundamental que pode ser considerada como um ganho. O engajamento activo nas negociações climáticas é claro que melhora a reputação de Angola como líder regional em sustentabilidade, atraindo, assim, parcerias e investimentos.

Também é um espaço para Angola apresentar a sua agenda ambiental.

Outro ganho é a promoção da justiça climática. Angola pode usar a sua voz para defender os interesses dos países em desenvolvimento, promovendo, assim, na verdade, uma agenda que priorize a equidade e a inclusão nas políticas climáticas. Entretanto, é importante fazer referência que a COP29 é uma oportunidade, ou está sendo uma oportunidade para Angola, não apenas para reafirmar o seu compromisso, com a luta contra as mudanças climáticas, mas também para colher frutos significativos em termos de desenvolvimento económico, sustentável e a resiliência climática.

Com Queirós Chiluvia 




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