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“Contribuição da Nigéria foi decisiva para sobrevivência do primeiro governo de Angola” – Lopo do Nascimento

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O antigo Primeiro Ministro Lopo Fortunato do Nascimento descreveu a contribuição da Nigéria como sendo decisiva para a sobrevivência do primeiro governo de Angola.

O nacionalista falava durante a mesa redonda organizada pela Embaixada da República de Angola na Nigéria, esta terça-feira, 17, na cidade de Lagos, que decorreu sob o tema: “O pan-africanismo no percurso político de Agostinho Neto”.

Lopo do Nascimento confirmou que a estratégia do MPLA e do Presidente Neto para a independência passou pelo apoio militar e político da Nigéria e na busca de consenso através da Organização da Unidade Africana (OUA), predecessora da actual União Africana.

“O apoio da Nigéria com aviões, equipamentos e formação militar, ajudou a terminar com o desentendimento entre os três movimentos políticos e na criação de um Estado e Forças Armadas únicas”, confirmou Lopo do Nascimento, citado pelo comunicado da Embaixada a qual o Correio da Kianda teve acesso.

A mesa redonda teve como palestrantes convidados o ex-Presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, o antigo Primeiro Ministro de Angola, Lopo do Nascimento, e o professor de história da Universidade de Lagos, Adewale Onagbesan.

“O ex-presidente Olusegun Obasanjo prestou um emocionante testemunho dos momentos partilhados entre os presidentes Agostinho Neto e Murtala Mohammed, bem como de todo movimento político-militar que antecedeu a proclamação da independência de Angola em 1975”, lê-se na nota.

Segundo o ex-presidente nigeriano, “Neto lutou pelo Pan-africanismo político e cultural e conseguiu impor a filosofia das suas ideias políticas que perduram até aos dias de hoje“.

Revelou, igualmente, que a Nigéria apoiou com 20 milhões de dólares para acomodação do primeiro governo de Angola liderado por Agostinho Neto para que não ressentisse a turbulência de transição do período colonial para a independência nacional.

“Ele desafiou a nova geração a lutar para a conquista da independência económica. Ter uma bandeira, um hino e partidos políticos não representa no todo a independência. É preciso assumir o poder económico e financeira”, alertou Olusegun Obasanjo.

Na sua mensagem de abertura, o Embaixador José Bamóquina Zau, recordou que o percurso político do Presidente Neto, fez dele uma figura incontornável na História das Ideias Políticas de Angola e de África cujos princípios conformam hoje a Filosofia da Irmandade Africana.

“Com a sua coerência política, o Presidente Agostinho Neto redefiniu Angola, depois da sua independência em 1975, como ponto de partida para as lutas pelas independências da Namíbia e do Zimbabwe, bem como pela libertação da África do Sul do hediondo Regime do Apartheid”, defendeu.

A Embaixada da República de Angola na Nigéria ressalta que a escolha de Lagos para as celebrações do 17 de Setembro, tem a ver com a ligação emocional e histórica especial que o Presidente António Agostinho Neto tinha com a cidade.

“Foi aqui no mandato do Presidente Olusegun Obasanjo, onde foi distinguido pela Universidade de Lagos, na década de 1970, com o prestigiado título de DOUTOR HONNORIS CAUSA”, recorda o comunicado.

Foi igualmente de Lagos, antiga capital política da Nigéria, de onde saíram os primeiros apoios políticos e financeiros para o funcionamento do primeiro governo da República de Angola.

“Angola, estando grata pela força desta irmandade e como retribuição, o Presidente Neto atribuiu o nome do Presidente MURTALA MOHAMED (antecessor de Olusegun Obasanjo), à prestigiada Avenida da Ilha de Luanda para perpetuar à sua memória pela sua contribuição à independência da República de Angola”, lê-se na nota.

Radio Correio Kianda

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