Politica
Conselho de Segurança das Nações Unidas está desajustado da realidade, diz João Lourenço
“É cada vez mais óbvia a conclusão de que o modelo actual de funcionamento do Conselho de Segurança das Nações Unidas está desajustado da realidade. Temos feito ouvir a nossa voz na defesa firme da necessidade de se promoverem reformas profundas, capazes de melhor compreender a composição do mundo actual e de melhor assegurar a paz e segurança internacionais”.
No capítulo referente à diplomacia, o Presidente da República, João Lourenço, resumiu esta terça-feira assim a visão da sua governação em relação aos diversos conflitos em curso hoje no mundo, com destaque para o evoluir do conflito na Ucrânia e o escalar do conflito no Médio Oriente.
Falando à Nação, na Assembleia Nacional, o Chefe de Estado reforçou a importância de Angola “no mundo de hoje, de desafios transnacionais, de interdependências e de reconfiguração das disputas estratégicas e geopolíticas hegemónicas” estar inserida na “aldeia global”, cooperando e interagindo com os demais Estados na abordagem sobre os desafios globais, para que os interesses angolanos sejam mais bem defendidos.
“Continuamos, por isso, a manter uma intensa actividade diplomática, tanto no plano bilateral quanto no plano multilateral”, disse e continuou: “mantemo-nos do lado da paz e emprestamos a experiência do povo angolano ao serviço da busca de soluções pacíficas para os conflitos existentes em África, particularmente entre a República Democrática do Congo e o Ruanda, assim como o conflito no Sudão, no âmbito do mandato que nos foi conferido pela União Africana“.
Em relação ao conflito na Ucrânia e o escalar do conflito no Médio Oriente, João Lourenço voltou a reforçar o apelo angolano pela paz:
“A República de Angola reitera a necessidade de se encontrarem os melhores caminhos para o alcance da paz definitiva nestas duas conturbadas regiões do nosso planeta, na base do respeito da Carta das Nações Unidas, dos princípios da não agressão, da inviolabilidade das fronteiras e defesa da soberania dos Estados, assim como da necessidade da desocupação dos territórios palestinos e a criação do Estado Independente e Soberano da Palestina“.
O Presidente da República prosseguiu, destacando que “o mundo não pode aceitar que a morte diária de civis em Gaza, na Cisjordânia e no Líbano, em números que já são assustadores, comece a ser encarada pelas opiniões públicas mundiais como algo normal, banal e com relação a qual não há nada a se fazer”.
“O mundo deve se levantar em uníssono pelo fim destas guerras, em defesa das vidas humanas que se perdem, em defesa da paz e da segurança na Europa e no Médio Oriente, pelas repercussões directas que têm em todo o mundo”, finalizou.
Recordar que um ano após o ataque do Hamas a Israel, a 07 de Outubro de 2023, em que morreram mais de 1.200 pessoas em território israelita, além de terem feito reféns, a resposta do Governo de Israel, que perdura até ao momento, tem sido demolidora. Dados do Ministério da Saúde da Palestina, controlado pelo Hamas, indica terem morrido mais de 40 mil palestinos na resposta israelense.
Actualmente, Israel tem frentes de conflitos abertas com o Hamas, na Palestina; com o Hezbollah, no Líbano; com os Houthis, no Iémen; e com o Irão, que acaba por financiar, de alguma forma, os grupos citados.
O Hezbollah, no Líbano; e os Houthis, no Iémen, vieram em apoio da Palestina, e têm realizado vários ataques para o território de Israel.