Politica
Conheça possíveis candidatos à presidência do Bloco Democrático na Convenção de 2025
O jovem político e actual Secretário-Geral do Bloco Democrático, Muata Sebastião, pode ser um dos concorrentes à liderança do Bloco Democrático, no conclave deste ano, marcado para os dias 15, 16 e 17 de Agosto, de acordo com fontes entendidas na matéria.
O também professor de filosofia do Instituto Superior João Paulo II, afecto à Universidade Católica de Angola, pode ser um dos candidatos na Convenção do partido cuja bandeira carrega as cores verde, preta e branca, caso queira entrar na aventura.
Muata, nasceu na província do Uíge, mestre em filosofia, e graduado em ciências da educação, possui curso de extensão universitária em gestão de conflitos e obtenção de equipa de sucesso, pela universidade São Judas Tadeu.
Nelson Pestana “Bonavena”, natural do histórico município do Cazenga, província de Luanda, é um exímio professor universitário, exerce actualmente a função de Vice-Presidente do Bloco Democrático, para além de escritor, é formado em Direito pela Universidade Agostinho Neto.
Bonavena é doutorado em Ciência Política pela Universidade de Montpellier (França), é um putativo aspirante à presidência do Bloco Democrático. Bonavena, é um dos pilares do Centro de Estudos Africanos da UCAN.
O actual Presidente do partido com sede no Largo Cesário Verde nº 7 – Vila Alice, em Luanda, Filomeno Vieira Lopes, nasceu em 1955, em Luanda, é docente universitário, economista de profissão.
“Filó”, como é tratado pelos mais próximos, notabilizou-se no associativismo em amplas iniciativas da sociedade civil, com destaque para as manifestações, no calor da primavera árabe, onde teria sofrido graves ferimentos num dos seus membros superiores devido a “surra” dada pelas autoridades policiais, ao ponto de ter de se deslocar ao exterior.
Já exerceu cargo de Secretário de Relações Exteriores, parlamentar e cívico do extinto partido Frente para Democracia (FPD) e Secretário-Geral do Bloco Democrático.
Ultimamente, tem estado a apresentar debilidades ao nível da saúde. Essa informação foi revelada por um dirigente daquela formação política, quando questionado sobre a sua ausência numa manifestação convocada pelo Grupo Parlamentar da UNITA, da qual foram eleitos deputados do partido que dirige, no âmbito da Frente Patriótica Unida.
Os estatutos do “partido dos intelectuais”, permite a sua recandidatura conformando-se ao estatuído na norma interna, de dois mandatos.
O mesmo não se pode falar de Américo Vaz, empresário e político, por ter sofrido sanção ao ver a sua pretensão de concorrer no último conclave chumbada, depois da crispação que o partido viveu por integrar a lista de candidatos a deputados da UNITA.
Na mesma senda está o antigo membro de direcção do BD, político e sindicalista, Manuel Victória Pereira e Adão Ramos, por terem em carta aberta manifestado descontentamento na forma como foram conduzidas as negociações de adesão à FPU, por entenderem que se apresentava como um embuste, ou seja manobra de diversão, para sujeitar o BD à lista do “Galo Negro”.
Os receios de Adão Ramos, Victória Pereira e Américo Vaz, consistiam no risco de ver o partido extinto, incorporando à FPU, ao que chamam de espada de dois gumes, com custos políticos elevados.
O actual Secretário provincial dos bloquistas em Luanda, é uma carta a se ter em conta. Ary da Costa Campos, de 36 anos de idade, formado em Direito, com raízes políticas na UNITA, aderiu ao partido quando ainda vivia em Portugal, em 2021. Exímio comunicólogo, é natural da cidade do Lubango, província da Huíla. Ary da Costa Campos começou a fazer política com 15 anos de idade, na União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA). Os seus progenitores foram quadros seniores do “Galo Negro”. Este jovem pode ser a aposta da direcção do Bloco na liderança do partido, com vista a rejuvenescer a formação política, actualmente sob o comando de Filomeno Vieira Lopes.
O antigo analista da Rádio Ecclésia, Emissora Católica de Angola e antigo Presidente do BD, Justino Pinto Andrade, nasceu em Calulo, município do Libolo, província do Cuanza Sul, mas cresceu no Gulungo-Alto, província do Cuanza Norte. Foi estudante de um grupo clandestino do MPLA, no conhecido “Comité Regional de Luanda”. Em 1969 ficou em prisão preventiva até 1970, quando lhe foi aplicada a medida administrativa de fixação de residência por oito anos em Cabo Verde, tendo chegado ao campo de Tarrafal, pelo despacho do então ministro do Ultramar de 9 de Abril de 1970, onde viria sair no dia 14 de Abril de 1974.
Politicamente falando, durante o seu consolado JPA não conseguiu tirar o partido dos centros urbanos, razão pela qual é considerado como um partido do asfalto, sem uma grande massa militante, o BD é reconhecido por ser um excelente tecnocrata, mas, alguns especialistas dizem que esse factor não basta no exercício da política em África, sem penetrar na maior classe social, que é a campesina.
As normas internas lhe permitem ainda concorrer ao segundo mandato, mas será que o professor e economista poderá entrar novamente na corrida presidencial no próximo conclave?
Um outro factor que pesa ao BD é o facto de acantonar os seus poucos, mas brilhantes quadros na Assembleia Nacional, não podendo exercer actividade política activa em observância do princípio da não dupla militância “em dois partidos”. Neste caso, por estarem no parlamento em nome da UNITA, estes cabos eleitorais estão limitados de servir o Bloco Democrático nessa fase crucial.
Haverá coragem de abdicarem dos seus lugares na Assembleia Nacional, à semelhança do PRA-JA Servir Angola, para se dedicarem exclusivamente ao seu partido? Estudiosos defendem que os resultados de 2027, devem ser cultivados a partir de agora. Como é que o Bloco Democrático pode reaproximar os seus quadros afastados e outros descontentes, para a aprazada coesão interna com vista a partirem unidos em Bloco tendo em vista os desafios que se avizinham?
Os Estatutos do Bloco Democrático permitem todo e qualquer membro do partido concorrer à Presidência do Partido, especialmente os membros do Conselho Nacional, Comissão Política e Secretariado Nacional.
Faltam dois anos e mais alguns meses para as eleições gerais.
Bloco Democrático e os seus desafios rumo às eleições de 2027 (parte I)
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