Partidos Politicos
Congresso da FNLA que elegeu Nimi Ya Nsimbi pode ser anulado
Depois do antigo secretário-geral da FNLA e candidato derrotado Pedro Dala, ter se manifestado contra a legalidade do conclave que elegeu Nimi Ya Nsimbi à presidência do partido fundado por Holden Roberto, por considerar ser um congresso ilegal, quatro meses depois, um outro candidato derrotado no V Congresso Ordinário, Tristão Ernesto, apresentou uma providência cautelar junto do Tribunal Constitucional a solicitar a anulação do conclave, por alegadas irregularidades no processo.
Tristão Ernesto, alega ter havido, durante a fase preparatória do V Congresso, bipolarização do processo entre o grupo de Lucas Ngonda e o de Ngola Kabangu, bem como a exclusão de militantes afectos a outras sensibilidades do partido, o que, em seu entender, influenciou, negativamente, as assembleias provinciais para a eleição de delegados ao conclave.
A título de exemplo, Tristão Ernesto disse que a assembleia provincial do Uíge, realizada a 4 de Setembro deste ano, elegeu 98 candidatos a delegados, mas alguns nomes não constavam do registo de candidaturas.
“Muitos nomes foram incluídos fraudulentamente, nos últimos lugares no registo de candidatos a delegados, sem nenhum tipo de documento de identificação, passando a ocupar os lugares cimeiros da acta eleitoral, usurpando, deste modo, o direito dos militantes, verdadeiramente, eleitos”, realçou.
Tristão Ernesto ressaltou, ainda, que o grupo de Ngola Kabangu apresentou à Comissão Preparatória do V Congresso Ordinário uma lista de 321 membros do ex-Conselho Político Nacional, assinada pelo militante Daniel António Afonso, com a data de 23 de Agosto de 2021, sendo que, destes, 102 são falsos, 32 supostos desertores e 62 falecidos.
O militante disse que a inclusão fraudulenta de 102 falsos membros do ex-Conselho Político Nacional ocorreu em 17 províncias do país, com destaque para Luanda, com 50; Zaire, 11; Uíge, 6; Bengo, 5; Cuanza-Norte, 4; Malanje, 3.
Referiu que os 102 falsos membros credenciados votaram a favor de Nimi Ya Nsimbi, candidato vencedor.
“Isso quer dizer que o Bureau Político, o vice-presidente, o secretário-geral e o Secretariado do Bureau Político saídos do V Congresso Ordinário são ilegítimos”, concluiu.
Maurício Borges
01/01/2022 em 3:16 pm
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