Politica
Conflito na RDC pode dominar agenda do Presidente João Lourenço em França, diz especialista
O especialista em relações internacionais, Horácio Nsimba, recordou o facto de a primeira visita de Estado do Presidente João Lourenço no ocidente, ter sido a França. Horácio Nsimba acredita que este encontro vai servir para uma avaliação dos avanços nas relações e a efectivação dos acordados rubricados em 2018.
O presidente João Lourenço será recebido esta quinta-feira em Paris pelo seu homólogo francês, Emmanuel Macron, num encontro para reforçar as relações bilaterais e analisar “grandes questões regionais e internacionais”, anunciou esta segunda-feira o Palácio do Eliseu.
Esta visita de Estado do Presidente angolano “inscreve-se na vontade de reforçar os laços políticos, culturais e económicos entre a França e Angola”, declarou a Presidência francesa, numa altura em que França está a perder influência na região africana do Sahel.
O especialista falou, por outro lado, que neste encontro, João Lourenço e Emanuel Macron poderão falar sobre a situação na República Democrática do Congo, por conta da suposta interferência de algumas empresas ocidentais encobertadas pelos seus governos para aproveitarem-se dos recursos naturais naquela região.
O especialista acredita que França quer mais do que nunca estreitar laços de cooperação com Angola por conta do corte das relações que aquele país sofreu com os países do Sahel, para continuar a assegurar a sua sustentabilidade energética.
Lembrando que João Lourenço se prepara para assumir a presidência da União Africana (UA), em Fevereiro, a presidência francesa acrescenta que “os dois presidentes discutirão igualmente uma série de grandes questões regionais e internacionais”.
O Presidente angolano é também o mediador nomeado pela União Africana no conflito entre Kigali e Kinshasa.
Desde Novembro de 2021, o Movimento 23 de Março (M23), um grupo armado apoiado pelo Ruanda, apoderou-se de vastas extensões de território no leste da República Democrática do Congo (RDCongo), rica em recursos naturais e dilacerada por conflitos há 30 anos.