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Opinião

Conferência Colectiva e o discurso sobre a Nação

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O ano político de 2022 começa com duas novidades: primeiro, a conferência colectiva do Presidente João Lourenço e de seguida o discurso sobre a Nação do seu principal opositor, Adalberto Costa Júnior. Não entrando nos aspectos sobre o conteúdo, devemos caracterizar o formato das intervenções de ambos protagonistas.

João Lourenço, na qualidade de Presidente da República realizou uma conferência colectiva, em que os órgãos de comunicação social faziam as perguntas e o Presidente da República dava as respostas. Não obstante as reações, este foi o conceito da propalada entrevista colectiva que, embora sendo num momento de disputa eleitoral, não fugiu aos objectivos dos formatos anteriores.

Adalberto Costa Júnior, presidente da UNITA, por réplica, fez um discurso sobre a Nação. Não sendo um formato de perguntas e respostas numa relação com os jornalistas ou órgãos de comunicação social, debitou sobre a sua percepção política do país .

Se no primeiro momento, João Lourenço respondia aos jornalistas e, em função das perguntas, procurava discorrer sobre a sua governação numa faceta mais generalista e com os dados de quem exerce o poder e tem informação dos vários sectores da vida nacional, torna – se menos confortável colocar – se à prova para satisfazer por um lado os interlocutores ( jornalistas ) e por outro a sociedade.

Por outro lado, Adalberto Costa Júnior, presidente da UNITA, numa posição menos incomoda, pelo facto de não ser confrontado pelos jornalistas ou seja , o discurso não foi monitorado pelo auditório, ficando somente a repercussão aplaudida pela solidariedade ideológica de uma parte da expressão popular.

O desafio das análises devia obedecer a curiosidade sobre alguns detalhes que ficaram no abandono pela tentativa de se afastar uma possível comparação mais didática ou mesmo racional.

Sobre o conteúdo da conferência colectiva do Presidente João Lourenço, podemos realçar o destaque dos aspectos económicos e que, por sinal, alguns deles explorados no espaço público e publicado como uma vaga de reivindicações da parte de uma elite intelectualizada e os grupos do bloco económico desencontrados com a nova caminhada dos mercados e os interesses de concorrência pela lei e à transparência.

É no quesito das questões económicas que se sobressaiu a coragem do Presidente João Lourenço de se colocar ao desafio para responder as inquietações da sociedade, partidos políticos que têm feito uma campanha de oposição ao combate à corrupção.

Análise comparativa da conferência colectiva do Presidente João Lourenço e ao discurso do líder da UNITA Adalberto Costa Júnior, não há qualquer proximidade para a busca de comparação pelo facto de um dos lados reunir dados concretos sobre a vida governativa institucional e do outro lado vem a desconstrução de uma retórica mais reservada ao sentimento de alternância legítimo num Estado democrático.

Se João Lourenço sente – se mais arriscado para responder questões delicadas que agitam as águas da sua governação, como nos casos das empresas Omatapalo e o Grupo Carrinho, Adalberto Costa Júnior, no seu discurso a Nação, coibe-se de falar sobre um assunto que tem sido merecedor de especulações em relação à transparência de fundos supostamente provenientes que, se por uma perspetiva, pode ser vista como normal dentro das democracias, por outro lado, pode cair no tipo de crime de branqueamento de capitais ou no mais grave, a zona da crítica oposicionista e a força da moral .

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