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“Confederação dos Estados do Sahel é perigosa para União Africana”, alerta especialista

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A “Confederação dos Estados do Sahel é perigosa para a União Africana”. O alerta é de João Gonçalves, especialista em relações internacionais, quando participava hoje, no espaço “Tem a Palavra”, do programa “Capital Central”.

A abordagem desta quarta-feira centrou-se em torno dos “Desafios da União Africana” face aos últimos desenvolvimentos político-militares do continente.

“O Problema do Sahel tem a ver com a forma como a França deu a independência para aqueles países e os golpes que os franceses foram dando para manter o status quo. Esses países saíram por causa das sanções que a França estava a manipular na CEDEAO. Criar essa Confederação é perigoso para a União Africana. Dá a entender que é um órgão cheio de reumatismo nos pés”, disse.

Para justificar a sua afirmação, João Gonçalves cita como exemplos que, para além do Sahel, onde a CEDEAO está dividida, “na SADC, as potências para denegrir os países da região tiraram o Ruanda, para intervir em Moçambique. No gabão tem uma comunidade toda francesa. As bases da União Africana estão minadas com reumatismos”, repetiu.

E Isaac Canjengo disse, na sua intervenção, que muitos conflitos dos países africanos são atiçados pelas grandes potências. O especialista em relações internacionais cita, por exemplo, a União Europeia.

“Isto é fruto de pesada herança colonial, a intensão com que a Europa e os EUA olham, projectam os Estados africanos. A União Africana precisa de independência política própria, financeira, militar e industrial, só assim poderemos concretizar os maiores anseios que levaram a criação da UA, em 2002”, reforçou.

Já Cesário Zalata, também especialista em relações internacionais, nota falta de vontade política por parte dos líderes africanos em mudar a realidade socioeconómica dos seus Estados.

“A realidade do nosso continente já transcorreu. Ao longo desse tempo todo os nossos líderes têm dado provas que não há vontade para aos poucos irmos mudando a nossa realidade. Já lá se vão mais de sessenta anos depois do período da independência e não há sinais de interesse de mudanças. Alguns Estados africanos são repúblicas transformadas em monarquias que o poder passa de pai para filho. A rotura do Burkina Fasso, Mali e Nìger acaba por ser um descontentamento com a política desses países, expôs.

Por seu turno, Denílson Duro, especialista em gestão e administração pública diz ser urgente evoluir para reintegração económica.

Recordar que o Burkina Faso, Mali e Níger anunciaram neste sábado, 06, a formação de uma “confederação” que fortalece a aliança entre estes três países da África Ocidental, governados por militares que chegaram ao poder através de golpes de Estado.

Burkina Faso, Mali e Níger rompem com CEDEAO e criam Confederação dos Estados do Sahel




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