Politica
Condenação de quase 200 activistas na Lunda Sul teve razões políticas, considera advogado
Um total de 198 cidadãos membros e simpatizantes da comissão de autonomia das Lundas foram condenados esta quinta-feira, 01, com penas entre 2 e 8 anos de prisão efectiva, por rebelião e participação em motim na província da Lunda Sul, tendo a decisão do juiz não agradado a defesa que considera que o processo teve razões políticas.
Entretanto, de acordo com o tribunal, ficou provado que os réus, desobedeceram à ordem de dispersão da Polícia Nacional, e marcharam até as imediações do palácio do governo provincial, arremessando pedras, garrafas e paus contra os agentes da corporação.
Por sua vez, o presidente da Associação Mãos Livres, defensora dos 198 cidadãos condenados, afirma que não ficou provado no Tribunal da Comarca de Saurimo grande parte das acusações que recaem sobre os arguidos.
De acordo com o advogado de defesa, Guilherme Neves, da Associação Mãos Livres, o processo teve “razões políticas” e não jurídicas e visou inibir o exercício das liberdades de manifestação na região.
Para Guilherme Neves, a decisão transmite a ideia de reprimir qualquer tentativa de quem tenta reclamar sobre a autonomia ou independência daquela zona, uma vez que a reclamação das populações daquela comunidade tem a ver apenas com condições sociais e a pobreza extrema.
Recordar que os perto de 200 cidadãos foram detidos na sequência de tumultos registados nos dias 7 e 8 de Outubro de 2023, na cidade de Saurimo, província da Lunda Sul, liderado por Jota Malakito, que defende a autonomia da região da Lunda-Tchokwe em Angola.