SADC
Comunidade estuda implementação da moeda única
Os países membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC, em inglês) estão a estudar os mecanismos e os acordos para a implementação da moeda única na região.
A garantia foi dada pela embaixadora de Moçambique em Angola, Osvalda Joana, para quem o estudo e a ratificação do acordo, pelos Estados-membros, constitui condição indispensável para a efectivação da pretensão.
A diplomata falava nesta sexta-feira no âmbito da 43.ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governos da SADC, que Luanda acolhe a partir da próxima segunda-feira, 7. Disse que é necessário avaliar os prós e contras, as vantagens e os procedimentos mais adequados para a implementação de uma moeda única na comunidade de países mais ao Sul de África.
“Não podemos nos precipitar e implementar antes de avaliar os prós e contras, as vantagens e os procedimentos mais adequados e ver qual a moeda que vai ser estabelecida e quando é que vai entrar em vigor”, indicou Osvalda Joana.
Sobre a implementação de moeda única na região, a SADC já previu metas, resultados e impacto e desafios.
De acordo com o Quadro de Implementação do Plano Estratégico Indicativo de Desenvolvimento Regional, 2018 era o prazo definido para o alcance deste marco, isto é, da efectivação da moeda única.
Dados da SADC referem que a etapa final no processo de aprofundamento da integração económica regional na SADC é a implementação de uma moeda única, que estabelecerá a região como uma União Económica.
Quanto aos resultados e impacto da implementação de uma moeda única, refere-se que, embora a data prevista para o lançamento de uma Moeda Única esteja a vários anos da sua concretização, o Comité Director dos Sistemas de Pagamento da SADC desenvolveu uma proposta para o estabelecimento de um sistema destinado a facilitar a liquidação e o pagamento transfronteiriço.
Este sistema, indica a SADC, permitiria a liquidação das operações de pagamento numa local central e basear-se-ia numa moeda única.
O referido sistema-modelo está a ser, inicialmente, testado nos actuais países da Zona Monetária Comum, que utilizam o Rand sul-africano (África do Sul, Lesoto, Namíbia e Suazilândia) e, se for bem sucedido, estará pronto a ser implementado nos restantes Estados-Membros da SADC à medida que a região avançar no seu processo de integração.
Em relação aos desafios, actualmente, o maior, para alcançar este objectivo, e qualquer um dos marcos de integração mais avançados em termos económicos, é a falta de clareza em torno da questão dos países que são membros de mais de uma união aduaneira.
Só quando esta questão for resolvida é que a SADC poderá avançar com a sua agenda de integração económica regional.
Estatísticas indicam que, até 2019, a comunidade tinha uma população estimada em 366 milhões de habitantes e o total do comércio de mercadorias intra- SADC estimou-se em 58.745 milhões em 2020.
Os principais objectivos da SADC são alcançar o desenvolvimento, a paz e a segurança, o crescimento económico, reduzir a pobreza, elevar o nível e a qualidade de vida das populações da África Austral, e apoiar as camadas sociais desfavorecidas mediante a integração regional, assente nos princípios democráticos e no desenvolvimento equitativo e sustentável.
A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) foi criada em 1992 para incentivar as relações comerciais entre seus 16 países membros e tem sua sede em Gaberone.
Integram a orgranização Botswana, África do Sul, Angola, Botswana, Comores, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Seicheles, Eswatíni, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábwe.