Sociedade
Comunidade Castrense escandalizada com participação da Miss Lobito na imposição de patentes
As imagens que estão a circular nas redes sociais, fundamentalmente, exibindo a miss Lobito 2017, no acto de imposição de patentes a cadetes da Escola Superior de Ciências Militares, do Lobito, são motivo de fortes críticas, um pouco pelo País, porquanto defendem os entendedores da matéria que o acto demonstra a banalização dos princípios e Leis que regem a actividade das Forças Armadas Angolanas e de outras forças que comportam os ramos de defesa e segurança.
Nas fotos, a Miss Lobito, segundo descrições, aparece a colocar patentes (distintivos) próprios e exclusivos a cadetes (militares que estejam a frequentar um curso superior numa academia militar ou paramilitar).
Com indumentárias indecentes, nos termos militares e de cerimonias daquela envergadura, a Miss que se fazia acompanhar de uma outra jovem, que segundo fontes, vice-presidente do Comité Miss Lobito, passaram por muitos cadetes, maioritariamente do sexo feminino, impondo patentes sob olhar sereno da Direcção da academia que, considerando a sua vocação – de ensinar – dizem os entendedores, deveria impedir o acto vergonhoso.
O Correio da Kianda contactou alguns ex-militares e militares no activo para perceber se se está diante de uma ocorrência normal, curiosamente, mesmo em separado, todos eles responderam dizendo que não é normal porquanto o acto é reservado a militares e se melhor, fardados.
Sem permitir a que as suas identidades fossem reveladas, o ex-militar fez saber que nem o Administrador do Lobito nem um outro civil presente no acto deveria participar do acto de imposição de patentes.
“não poderia. Não é atoa que os Ministros quando em cerimonias grandes ficam trajados a civil. Eles se fardados são, normalmente, inferiores hierárquicos, dos comandantes ou do exercito, ou da Polícia e, por isso, devem ficar a civil para não ser sujeitos a cumprir ordens do superior hierárquico que politicamente são superiores” rematou.
Para o militar que nas mesmas circunstancias não se identificou a miss teria sido convidada mas sem tomar parte do acto de imposição de patentes. “ela deveria ir lá mas não poderia colocar patentes a ninguém. É uma brincadeira, ainda mais mal vestida para aquela cerimonia concreta” concluiu, visivelmente, agastado com a situação.
Ainda não se saber do posicionamento oficial do exército angolano sobre a polémica mas é dado assente que o assunto está a ser discutido no seio militar e paramilitar.