Ligar-se a nós

Destaque

Comunicado oficial do Ministério dos Transportes sobre afastamento da Emirates na TAAG

Publicado

em

 COMUNICADO DE IMPRENSA

ROMPIMENTO UNILATERAL PELA EMIRATES DA PARCERIA ESTRATÉGICA COM A TAAG

Luanda 12 de Julho de 2017

  1. No dia 30 de Setembro de 2014, o Ministério dos Transportes da República de Angola e a Emirates assinaram no Dubai um Acordo de Parceria Estratégica para o Desenvolvimento da TAAG – Linhas Aéreas de Angola. O acordo deu corpo a um Contrato de Gestão da TAAG pela Emirates. A gestão de topo da TAAG passou a ser principalmente da responsabilidade de uma equipa de executivos da Emirates.

  1. Pretendia-se com o acordo dotar a TAAG de uma gestão profissional de nível internacional, libertando-a de problemas de eficácia e eficiência que vinham persistindo há longos anos.

  1. Após a elaboração de um novo Plano de Negócios para a TAAG, a gestão corrente da TAAG passou a ser assegurada por uma Comissão Executiva, composta por quatro administradores executivos indicados pela Emirates, incluindo o seu Presidente, e um administrador executivo angolano, com o cargo de Vice-Presidente.

  1. Apesar da TAAG não ter ainda atingido o patamar que todos nós ambicionamos para a nossa Companhia de Bandeira, os bons resultados da acção do seu Conselho de Administração e de todos os seus trabalhadores, que têm contado com todo o apoio do Executivo Angolano, são evidentes. A TAAG é hoje uma companhia de aviação muito melhor do que era em 2014, com maior operacionalidade e segurança, com melhor serviço e mais conforto para os seus passageiros, com maior rigor em todos os processos de controlo, com menos custos e com maior rentabilidade.

  1. Entretanto, como é do conhecimento de todos, desde o terceiro trimestre de 2014, a economia de Angola, e de muitos outros países produtores de petróleo, vem conhecendo dificuldades muito sérias, devido a uma acentuada baixa do preço do petróleo nos mercados internacionais, o que tem provocado um forte défice de divisas.

  1. Entre outras consequências, países como Angola ou a Nigéria, têm tido dificuldades em assegurar o repatriamento das vendas das companhias aéreas estrangeiras que operam nos seus territórios. Por essa razão, em vários países Africanos – e não só – as companhias aéreas internacionais têm estado a reduzir a frequência de voos ou até mesmo a suspender toda a sua operação.

  1. Em concreto e no caso de Angola, um bilhete de avião comprado em Angola em Kwanzas a uma companhia de aviação estrangeira, para um voo com destino a uma capital estrangeira e regresso a Angola, obriga o nosso País a permitir que essa companhia transfira para o seu país de origem um montante em moeda estrangeira equivalente a parte do bilhete comprado em Angola em Kwanzas – deduzidos os encargos que essa empresa tem em Angola.

  1. Apesar de todo o esforço dos organismos encarregues da gestão das divisas do País, nomeadamente o Banco Nacional de Angola (BNA), várias companhias aéreas estrangeiras que operam em Angola vêm sentindo essas dificuldades de repatriamento das vendas, de entre elas a Emirates. No entanto, o BNA tem procurar, com o gradualismo possível, ir satisfazendo as transferências das companhias de aviação.

  1. No passado dia 9 de Julho de 2017, em carta dirigida ao Ministro dos Transportes da República de Angola, a Emirates fez saber que, não só reduziria os seus serviços do Dubai para Luanda para três frequências semanais, como, com efeitos imediatos, terminava a sua parceria estratégica com a TAAG. Desta decisão unilateral da Emirates resultou a retirada imediata de Angola dos administradores que tinha indicado para o Conselho de Administração da TAAG.

  1. Lamentamos a forma brusca e menos flexível como a Emirates pôs fim a uma parceria estratégica que vinha gerando bons resultados, e que certamente geraria resultados ainda melhores ultrapassadas as dificuldades conjunturais. Aliás, cabe assinalar que a Emirates misturou indevidamente dois planos distintos que são a sua operação em Angola enquanto companhia de aviação e o acordo de gestão que rubricou com a TAAG. Tomámos nota da decisão unilateral da Emirates e, naturalmente, procurámos soluções imediatas para a gestão da TAAG.

  1. Nesse sentido, o Governo de Angola decidiu pôr fim ao mandato do actual Conselho de Administração da TAAG. Atendendo ao facto de estarmos a pouco mais de um mês da realização de eleições gerais em Angola, de onde resultará uma nova legislatura e um novo Executivo, o Governo de Angola decidiu não nomear um novo conselho de administração para a TAAG e, ao invés, nomear um Comissão de Gestão, que se encarregará da gestão corrente da empresa.

  1. Essa Comissão de Gestão será composta por sete pessoas. Quatro serão angolanos, incluindo o seu Presidente. Os outros três serão estrangeiros, exactamente os mesmos três ex administradores executivos que tinham sido indicados pela Emirates. Estes executivos estrangeiros aceitaram continuar a servir a TAAG, mas agora contratados directamente pelo Governo Angolano, o que prova a confiança que têm no Governo Angolano, na TAAG e no seu projecto de reestruturação e desenvolvimento.

  1. Os objectivos que no final de 2014 tinham sido traçados para a TAAG mantêm-se, nomeadamente: elevar os padrões de operacionalidade e segurança da TAAG, melhorar substancialmente o serviço que a TAAG presta aos seus passageiros, sanear financeiramente a TAAG e aplicar maior rigor em todos os processos de controlo, reduzir os custos de operação da TAAG e aumentar a sua rentabilidade. Mantém-se também o plano de negócios que foi desenhado.

  1. O caminho para o progresso é sempre feito de obstáculos e de adversidades. Juntos, Governo, a nova Comissão de Gestão da TAAG, todos os trabalhadores da TAAG e os seus clientes, vamos vencer mais esta adversidade. Expressamos os nossos agradecimentos a todos os que se mantêm ao lado da TAAG, de Angola e dos Angolanos.

  1. A TAAG vai continuar a voar, e cada vez mais alto. Vamos continuar a desenvolver a TAAG. Continuaremos a trabalhar afincadamente para termos uma companhia de bandeira forte, de nível nacional e internacional. A TAAG continuará a ser uma empresa Angolana, utilizada e operada fundamentalmente por Angolanos.

MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES, EM LUANDA, AOS 12 DE JULHO DE 2017.

Continuar a ler
Clique para comentar

Deixar uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *




© 2017 - 2022 Todos os direitos reservados a Correio Kianda. | Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem prévia autorização.
Ficha Técnica - Estatuto Editorial RGPD