Opinião
Como o Arena Desportivo da ZAP “borrou”?
A 25 de Dezembro de 2020, aquando da celebração de nascimento de Cristo (somos cristãos católicos) tecemos, neste mesmo espaço, rasgados elogios à Zap, pela brilhante e exemplar programação especial que, a nosso ver, – dizíamos – deu “capote” a outros dois principais canais de televisão.
Hoje, contrariamente ao que dissemos e fizemos naquela altura, o nosso posicionamento difere, pois, como é óbvio, o momento é outro, os factos são outros e o pensamento, igualmente, não pode ser igual.
Ou seja, não podemos conceber entendimentos antes dos factos, como vemos em boa parte da nossa nata de intelectuais, essencialmente políticos, que antes dos factos já têm opiniões formadas, embora reconheçamos que tal é consequência da bipolarização da sociedade.
O que defendemos é que, às opiniões têm de ser resultado dos factos, dos acontecimentos e não pré-concebidas, porquanto isto permite a que o que criticamos hoje possa ser elogiado amanhã e vice-versa.
Agora, falemos do Arena Desportivo da Zap!
No Desporto, essencialmente nas modalidades colectivas, como são os casos de futebol, andebol e basquetebol, há o que se chama por “castigo máximo”, também denominado “penalti” nas lides do futebol.
É dos momentos mais assinaláveis de um jogo, porque envolve três elementos que integram o ciclo de uma partida de futebol, no caso.
Integra, o árbitro, que o assina no decurso do jogo e depois de uma falta na grande/pequena área, o guarda redes da equipa contra a qual se assinala a falta e, por último, o atleta que assume à sua marcação.
É a maior e melhor oportunidade que uma equipa de futebol tem para marcar um golo e por isso tem sido fonte de alegria, para uns, e tristeza, para outros. É assim há séculos e pensamos que não vai se alterar tão cedo.
No jogo que opôs o Petro de Luanda e o Primeiro de Agosto, este Domingo, 07, ocorreram duas situações susceptíveis de marcação de “penalti”, portanto, ignoradas pelo árbitro, mas que, em função da influência desse tipo de castigos, dominam, e é assim em todo o mundo, o “day after” de qualquer jogo onde tenha se registado.
No caso do Arena Desportivo, um dos poucos programas desportivos daquele canal, na sua edição desta segunda-feira, 08, a realização, o apresentador e os dois comentaristas – incluindo Paulo Tomás – um dos piores adversários fora dos campos do Petro nos últimos anos, esqueceram, ignoraram ou, estrategicamente, expurgaram da análise do jogo os dois lances.
Visto assim, duas ideias basilares saltam à vista:
1° Cometeram um erro de cálculo porque, como dissemos, um jogo que regista lances daquela natureza não pode ser analisado – se quisermos ser rigorosos – sem olhar para eles, ver todos os ângulos possíveis e deixar bem claro se houve ou não “penalti”. Isto por um lado. Por outro lado, é esta análise pormenorizada desse tipo de lances que “prende” à audiência, mostra ao público alvo a capacidade, competências, percepção do assunto por parte de quem vai à uma tv falar para outros, fazer uma opinião pública sobre um assunto. – nisso a ZAP foi, em nosso entender e com estes argumentos, literalmente zero.
2° O apresentador, firme e tranquilo não se dignou em questionar ao Paulo Tomás sobre os dois lances polémicos. O que, desde logo, é de fácil compreensão se recorrermos ao que dissemos acima.
– Não comentar os mesmos pra que não se constrói à verdadeira ideia de que, independentemente das debilidades motivacionais e de atitude do Petro, o árbitro teve influência no resultado, pois, se uma vez marcado o “penalti” da primeira parte a história do jogo seria, eventualmente, diferente. O resultado do jogo não seria de um a zero, não importa a favor de quem.
Contrariamente ao que fez com o Paulo, o apresentador, um jovem que aprecio por ser da minha “vaga” e pela forma como coloca o verbo na narração, verdade seja dita, questionou ao outro comentador.
Para o efeito, este nada mais disse do que negar a existência de “penaltis” sem que, no mínimo do escrúpulo, solicitasse a VT que demonstrasse os lances e com isto vincar a posição.
Claro, na presença do adversário dos microfones da equipa prejudicada, nada mais se diria.
Nem o original prolongamento da TVI, na tuga, assistem, pelo que podemos concluir, fruto do que apresentamos aqui, que o ARENA DESPORTIVO DA ZAP “BORROU” por erro de cálculo ou por influência de quem está em prestação de serviço de um ou por simpatia amarga contra outro cujos motivos estão na boca do povo!