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Como estão política e socialmente países governados por mulheres?
De acordo com dados publicados pela Uol, a taxa de mulheres na chefia de governos é de menos de 10%. Ou seja, é de 19 em 193 países analisados.
O número de mulheres que ocupam o cargo de Primeira-Ministra em seus países, está ainda aquém do que as organizações mundiais, em especial as Nações Unidas, esperam. Mas o número tem crescido se compararmos com as últimas duas décadas.
Em diferentes realidades, as mulheres são tidas como seres frágeis, incapazes e por natureza inaptas para administrar um país. Inaptas ou não, o que é facto é que muitas mulheres têm vencido vários homens em eleições.
Mia Amor Mottley, nascida a 1 de Outubro de 1965, é actualmente a chefe de Governo de Barbados. No geral, é a oitava pessoa no cargo desde a independência, a primeira mulher a desempenhar a referida função, desde 2018.
Em 2022, Mia constou da lista da BBC das “100 mulheres mais inspiradoras e influentes do mundo”.
Presentemente, o país é um dos destinos mais estáveis e seguros do Caribe, ideal para donos de negócios internacionais e para famílias, pois tem muito a oferecer. Seu clima tropical idílico, praias imaculadas e águas cristalinas tornam a ilha conhecida por viagens de luxo, imóveis e lazer.
O microestado de apenas 430 quilómetros, e com quase 390 mil habitantes, pertence, de acordo com a definição do Fundo Monetário Internacional (FMI) aos países em desenvolvimento devido a seu desempenho económico. Possui um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 0,809, realidade que a torna numa das economias altamente desenvolvidas como sublinha a Organização das Nações Unidas.
Com uma renda média anual de 21.280 USD, o país governado por Mia é um dos países de renda alta. E é ocasionalmente referido como um paraíso fiscal.
Mia Mottley era deputada pelo distrito eleitoral de Saint Michael North East, desde 1994. De 1994 a 2008, realizou uma sucessão de carteiras ministeriais, incluindo o cargo de procurador-geral de Barbados, tornando-se a primeira mulher a ser nomeada como tal.
Mia foi duas vezes líder da oposição na Casa da Assembleia de Barbados, primeiro de 2008 a 2010 e depois de 2013 a 2018. Em 2018, o BLP liderado por Mottley teve uma vitória histórica nas eleições gerais de 24 de Maio, garantindo todos os 30 assentos na Câmara – tornando-os o primeiro partido a realizar essa façanha -, além de conquistar 72,8% do voto popular, que é a maior parcela já alcançada por um partido em uma eleição geral.
Sheikh Hasina Wajed. De Bangladesh, nascida a 28 de Setembro de 1947, teve sorte diferente a de Mia Mottley.
Sheikh serviu como Primeira-ministra do seu país, de Junho de 1996 a Julho de 2001 e novamente de Janeiro de 2009 a Agosto deste ano (2024).
Durante uma crise política interna de 2006-2008, Hasina foi detida sob acusações de extorsão. E após sua libertação, venceu a eleição de 2008. Em 2014, foi reeleita para um terceiro mandato. A seguir venceu mais eleições que foram marcadas por violência e amplamente criticadas como fraudulentas.
Entretanto, não conseguiu terminar o mandato face às gritantes manifestações, tendo largado o poder e o país em Agosto deste ano, precisamente há três meses.
Como consequência deste último mandato de Sheikh, o Bangladesh experimentou um retrocesso democrático. A Human Rights Watch documentou desaparecimentos forçados e execuções extrajudiciais generalizadas sob seu governo.
Políticos, activistas e jornalistas foram sistematicamente e judicialmente punidos por desafiar as suas opiniões. Em 2021, dois anos após o início da Covid-19, a organização Repórteres sem Fronteiras fez uma avaliação negativa da política de mídia de Sheikh Hasina por restringir a liberdade de imprensa em Bangladesh desde 2014.
Dinamarca. Mette Frederiksen, a Primeira-ministra da Dinamarca, nasceu a 19 de Novembro de 1977. É uma política social-democrata e integra o Folketing, o Parlamento da Dinamarca, desde 2001, tendo servido no Governo de Helle Thorning-Schmidt como ministra do Emprego de 2011 a 2014, e como ministra da Justiça de 2014 a 2015.
Na sequência das eleições de 2019, em que a oposição “bloco vermelho” de partidos de esquerda e de centro-esquerda conquistou a maioria absoluta de 94 dos 179 assentos no Folketing, Frederiksen foi convidada pela rainha Margarida II para liderar as negociações para formar um novo Governo.
Aos 41 anos de idade, mais jovem primeira-ministra da história da Dinamarca, aos 41 anos de idade, Frederiksen tornou-se na mais jovem a ocupar o cargo e a segunda mulher no posto.
Em 2022, a Comissão Mink divulgou um relatório em que criticava o Governo de Frederiksen pelo seu desempenho durante a pandemia de COVID-19. Organizações políticas influentes como o Partido Social-Liberal exigiram eleições antecipadas, tendo o Partido Social-Liberal apresentado um ultimato contra Frederiksen, ameaçando mesmo apresentar uma moção de desconfiança contra o Executivo, casa ela não convocasse eleições antecipadas.
Entretanto, o resultado foi grandemente favorável a Frederiksen, que ganhou maioria dos assentos no Parlamento.
No momento, a Dinamarca ocupa o quarto lugar na União Europeia em termos de PIB per capita com 48.000 EUR, portanto muito acima da média da UE (37.600 EUR), o que representa 2,2 % do PIB total da UE.
Lituânia. Administrada pela economista Ingrid Šimonytė, a Lituânia é um país membro da União Europeia, e considerada uma economia pequena.
A sua situação social pode ser caracterizada por desigualdade.
Durante a campanha eleitoral, o LSDP, partido da actual Primeira-ministra, prometeu combater a desigualdade crescente aumentando os impostos sobre os mais ricos.
E dados indicam que a relação entre o Governo e a mídia tem sido marcada por tensões, sendo que apesar disso os ataques políticos à profissão são raros.