Sociedade
Comissão de Carteira apela esforço do Estado para que “jornalistas possam trabalhar sem receios de agressões da Polícia”
A Comissão de Carteira e Ética emitiu, nesta semana, um comunicado em apoio ao Sindicato de Jornalistas Angolanos (SJA) para a marcha de protestos prevista para este sábado, 17, em Luanda, em que pede ao Estado angolano, que redobre esforços para que os jornalistas possam trabalhar sem receios de agressões da polícia.
No documento a que o Correio da Kianda teve acesso, a presidente Maria Luísa Rogério começa por lembrar que a liberdade de expressão e de informação, plasmados na Constituição da República de Angola só tem efectivação na vida das pessoas com a liberdade de imprensa, que é “farol condutor do jornalista, enquanto mediador da relação entre o povo e os poderes instituídos legislativo, judicial e executivo”.
É com base nestes pontos que aquele organismo de auto-regulação dos profissionais da Comunicação Social “apela às instituições do Estado angolano encarregues de garantir a segurança dos cidadãos e de administrar a justiça, no sentido de redobrar de esforços para que os jornalistas possam trabalhar, em todo o território nacional, sem receios de ataques à integridade física e moral, face à recorrência de agressões praticadas por forças republicanas”.
O comunicado da Comissão de Carteira e Ética (CCE) surge em função da marcha de protestos convocada pelo Sindicato de Jornalistas Angolanos para este sábado, 17 de Dezembro, em Luanda, em função das agressões que os jornalistas têm vindo a sofrer, por parte de efectivos da Polícia Nacional e dos recentes assaltos à sede do sindicato, bem como as ameaças ao seu Secretário Geral, Teixeira Cândido.
Lembrar que no passado dia 8 de Dezembro corrente, oito jornalistas de diversos órgãos de Comunicação Social foram fisicamente agredidos por agentes do Serviço de Investigação Criminal (SIC), em Luanda, em plena cobertura jornalística, quando faziam reportagem sobre acto de protestos de cidadãos, por conta de uma detenção, considerada ilegal, de um jovem, por aquele serviço policial.
Antes, em Novembro último, um jornalistas da Angop em Benguela foi agredido por agentes da Polícia Nacional, na via pública, quando os sensibilizava sobre a abordagem à mulheres zungueiras.