Sociedade
Cólera ultrapassa três mil casos e matou mais de 100 pessoas
O país reportou nas últimas 24 horas mais 167 casos de cólera, perfazendo um total de 3.043 desde 07 de Janeiro, quando foi declarado um surto desta doença infecciosa que matou 101 pessoas até agora.
De acordo com o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, o surgimento de novas áreas de propagação da doença obrigou a reajustar a população alvo estimada para a vacinação que passou de 930.572 para mais de 1 milhão de habitantes. Desta população, foi vacinada um total de pelo menos 900 mil pessoas, o que corresponde a uma cobertura vacinal de 86,0% da população alvo, nas províncias de Luanda, Icolo e Bengo e Bengo.
Dos 157 novos casos de cólera, 76 ocorreram na província de Luanda, 57 na província do Bengo, 19 na província do Icolo e Bengo, quatro na província do Cuanza Sul e um na província de Malanje.
Nas últimas 24 horas foram registados 4 óbitos, elevando o total de mortes para 101. Actualmente, estão internadas 270 pessoas com cólera.
Sobre o assunto, o padre Paulo Pindali responsabilizou as autoridades pelo surto de cólera no país, e afirma que a situação deve-se ao abandono do estado a estas localidades.
O prelado católico criticou a forma como está a ser combatida a cólera no Belo Monte e no Paraíso, e apelou a construção de um hospital permanente nos referidos bairros. Por outro lado, considerou insuficiente a quantidade de água tratada que está a ser distribuída às populações.
E o especialista em Saúde Pública Jeremias Agostinho entende a administração da vacina como sendo uma boa estratégia, mas lamentou o facto de serem poucas, tendo em conta o número de pessoas infectadas, que só em Luanda, o epicentro da epidemia, já está alastrada em todos os municípios.
Já a educadora social Francelina Tomás defendeu uma educação virada para a saúde informando as comunidades sobre o perigo da doença e a importância da vacina.
Por sua vez, o Presidente do Sindicato dos Médicos Angolanos, Adriano Manuel, defendeu que a cólera deve ser tratada localmente sob pena de se perder vidas humanas ao longo da transferência do paciente.