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Cobrança de propinas afugenta estudantes na Academia de Pescas do Namibe

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De acordo com o deputado Sampaio Mucanda, é injusto que a instituição de ensino superior, construída com dinheiro do Estado e que iniciou sua actividade como pública, apareça agora com gestão privada.
O valor global do projecto está orçado em 111 milhões de dólares norte-americanos, dos quais 37 milhões financiados pelo governo polaco e 74 pelo governo angolano.
Para este parlamentar, que falava à Angop no final do encontro com responsáveis da Academia de Pescas e Ciências do Mar, a directora da instituição não explicou as razões da mudança de atitude.
Mucanda disse que a direcção da entidade pode estar a ser pressionada para que cobre propinas, frisando que esperava ouvir esclarecimentos dos gestores sobre o assunto.
De acordo com o político, se no passado ano lectivo arrancou sem cobrar qualquer valor monetário e sem ser contemplado no Orçamento Geral do Estado então não se justifica que em 2018, depois de ser incluído no OGE, cobre propinas de 15 mil kwanzas/mês.
A cobrança de propinas está a afugentar os estudantes, muito dos quais provenientes de outras províncias e já com encargos de alojamento e compra de material. Por isso, há alunos que não estão a reconfirmar matrículas, e outros faltam as aulas, por estarem condicionados pelo pagamento das propinas.
Para o deputado pelo círculo provincial do Namibe, a direcção da Academia de Pescas deve, no OGE de 2019, elaborar o verdadeiro plano de gestão orçamental para que a instituição funcione dentro da normalidade, sem cobranças.
Por altura da inauguração, a 17 de Julho de 2017, a ministra das Pescas e do Mar, Victória Neto, afirmara que a academia constituía a concretização da visão do Governo na formação superior como elemento fundamental para o desenvolvimento económico e social do país.
Segundo a governante, a meta preconizada pela Academia do Namibe passa pela redução significativa da necessidade de enviar bolseiros para o estrangeiro neste domínio.
Com estatuto público, conta com mais de 144 professores e tem para este ano 460 vagas em diversos cursos, contra 525 de 2017. Possui três unidades orgânicas: Faculdade de Pescas (três cursos Navegação, Administração e Gestão das Pescas e Mecânica Naval), Faculdade de Exploração dos Recursos Aquáticos (Aquicultura e Recursos Marinhos) e Faculdade de Processamento de Pescado (Tecnologia e Organização de Processamento do Pecado).
É uma instituição do ensino superior ligada ao sector das Pescas, que tem como objectivo principal a formação de especialistas e técnicos seniores na área das pescas e ciências do mar da República de Angola.
Funciona com mais de 30 docentes angolanos com graus de mestres e doutores, formados nas universidades da Polónia e Portugal. Tem 50 salas de aulas, 30 laboratórios, casa de máquinas, edifício de simuladores, piscina olímpica para a prática de natação, centro de salvamento e combate a incêndio e lar dos estudantes.
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