Sociedade
CNJ defende reformulação dos mecanismos do Projovem
O presidente do Conselho Nacional da Juventude (CNJ), António Tingão Mateus, defende hoje, sexta-feira, em Caxito, província do Bengo, a necessidade de se proceder a reformulação dos objectivos e dos mecanismos de operacionalização da linha de crédito Projovem.
O responsável que falava à imprensa, à margem do lançamento oficial do ciclo de workshop sobre “O quadro actual do tráfico de seres humanos em Angola), explicou que o realinhamento do processo de operacionalização do Projovem permitirá empoderar cada vez mais os jovens e empresas para que tenham acesso à linha de crédito, para fomentar o empreendedorismo, criação de mais postos de trabalho e geração de rendimentos e renda para os jovens no sentido de continuar melhorar as suas condições de vida e de suas famílias.
Lembrou que a província do Bengo é uma escola de empreendedorismo, pela existência de muitas empresas constituídas pelos jovens, mas apenas tem aprovado dois projectos desde a criação do Projovem.
“Sabe-se que o Bengo é uma escola de empreendedorismo, por existir muitas empresas de jovens e muitos deles tiveram que se conformar no tratamento da documentação para poderem se adequar com aquilo que são as orientações e regulamento da linha de crédito, mas viram os seus projectos não aprovados”, frisou.
Por este motivo, afirmou, o CNJ tem estado a acompanhar todo o processo e no contexto actual do país exige de cada angolano e os jovens, em particular, sacrifícios adicionais, razão pela qual a agremiação tem a missão de continuar a explorar e estimular os jovens para que consigam empreender e gerar emprego.
“Fizemos muito recentemente uma comunicação pública sobre o nosso posicionamento relativamente a linha de crédito que tinha sido aprovado no âmbito do apoio ao empreendedorismo juvenil (Projovem), no qual o CNJ defende que se deve continuar empoderar da continuação dessa linha de crédito”, precisou.
Segundo António Tingão Mateus, os jovens têm encontrado muitas dificuldades relacionadas com a conformação da documentação, uma questão que o CNJ deverá prestar maior atenção e com algum cuidado nesta matéria, devido a desigualdade na oferta de serviços sociais básicos existente entre as zonas rurais e urbanas.
Explicou que as facilidades de um jovem da zona rural em constituir um processo não é a mesma de um jovem que vive na zona urbana, onde tem quase todos os serviços, por isso, não partem em igualdade devido a diferenciação dos serviços sociais básicos.
De acordo com o presidente do CNJ, outra questão tem a ver com os mecanismos de aprovação da documentação, porque os documentos são remetidos aos bancos operadores (BCI), que depois de um processo muito burocrático é levado para o comité de crédito nacional para a sua aprovação.
Este e outros aspectos, disse, o CNJ tem como elementos para que na altura em que começar a fazer o processo de realinhamento da operacionalização do Projovem sejam equacionados esses elementos para permitir que mais jovens tenham acesso a linha de crédito mais rápido possível.
Reconheceu que houve um abrandamento na aprovação dos projectos, porque dos quatro mil milhões de Kwanzas disponibilizados para o Projovem, o CNJ obteve informações através do primeiro relatório do balanço técnico do BCI que registavam apenas um saldo de cerca de 776 milhões de Kwanzas.
Para o efeito, sugeriu, que pelo manancial de projectos que a banca recebeu e daqueles que ainda continuam a trabalhar na conformação da documentação para o efeito, urge a necessidade de se repotenciar a linha de crédito com mais financiamento, bem como a reformularmos dos mecanismos de operacionalização para permitir maior celeridade na aprovação e implementação dos projectos.