Clima tenso entre RDC e Ruanda leva Téte António à Kinshasa

O ministro das Relações Exteriores, Téte António, deslocou-se a Kinshasa, neste domingo, 30, no quadro da mediação do país do diferendo entre a República Democrática do Congo e o Ruanda, tendo sido recebido, em audiência, no Palácio Presidencial, por Félix Tshisekedi Tshilombo, Chefe de Estado Congolês.

De acordo uma nota de imprensa do Ministério das Relações Exteriores, Téte António chegou, no mesmo dia, à cidade de Kinshasa na qualidade de enviado especial do Presidente da República, João Lourenço, líder em exercício da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL).

À chegada à capital da RDC, o ministro angolano, que se faz acompanhar do general José Luís Caetano Higino de Sousa “Zé Grande”, director-geral dos Serviços de Inteligência Externa (SIE), e do embaixador Miguel César Domingos Bembe, director para África, Médio Oriente e Organizações Regionais do Ministério das Relações Exteriores, foi recebido, em audiência, no Palácio Presidencial de Kinshasa por Félix Antoine Tshisekedi Tshilombo, Presidente da República Democrática do Congo.

No encontro, Teté António e Félix Tshisekedi abordaram o clima de tensão nas relações entre a República Democrática do Congo e a República do Ruanda, marcadas com incidentes na fronteira comum e que terá provocado a expulsão de Vincent Karega, embaixador rwandês em Kinshasa.

A actual escalada da tensão entre a RDC e o Ruanda deve-se ao ressurgimento do grupo M23 que, em 2012, fez oposição ao Governo congolês e gerou um violento conflito que forçou o deslocamento de milhares de pessoas na província do Kivu Norte.

A visita do ministro das Relações Exteriores acontece um dia depois da conversa telefónica entre o presidente da República João Lourenço e o Secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres, onde abordaram o ponto de situação à volta da República Democrática do Congo.

Na ocasião, o Presidente João Lourenço pontualizou o Secretário-Geral da ONU sobre as suas últimas diligências e António Guterres, na sequência, manifestou todo o seu apoio aos esforços de mediação do estadista angolano na RDC.

António Guterres exprimiu, no telefonema, a urgência de falar também com o Presidente Félix Tshisekedi, do Congo Democrático, e Paul Kagame, do Ruanda.