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Clima de insegurança: mais de 13 mil moçambicanos deixaram o país em menos de uma semana

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Desde segunda-feira, dia 23 de Dezembro de 2024, pelo menos 13.500 pessoas deixaram Moçambique por causa do clima de insegurança que se vive naquele país lusófono do Oceano Índico, alguns requerendo asilo político em países vizinhos.

Um total de onze mil moçambicanos foram registados na fronteira Malawi, e outros 2.500 em Iswatini, desde que o Conselho Constitucional de Moçambique anunciou os resultados finais das eleições, dando vitória a Daniel Chapo, candidato da Frelimo, partido que governa o país desde a Independência em 1975.

De acordo com a emissora alemã Deutsche Welle, a maior parte das pessoas cruzaram o sul do Malawi, muitas atravessando rios para escapar à agitação que se vive em todas as províncias de Moçambique.

O anúncio dos resultados definitivos das eleições de 9 de Outubro desencadeou uma semana de protestos particularmente violentos, marcados por incidentes de vandalismo, barricadas e pilhagens.

Segundo as autoridades, a maior parte das pessoas cruzaram o sul do Malawi, muitas delas atravessando rios para escapar à agitação.

O comissário para o distrito fronteiriço de Nsanje, no sul do Malawi, Dominic Mwandira, disse que cerca de 2500 famílias tinham chegado até à data, alertando para o facto de o número poder vir a aumentar.

“Cerca de 11.000 pessoas atravessaram o rio Shire para entrar no Malawi, enquanto outras 2.000 atravessaram o rio Ruo”, especificou Mwandira.

Vários ministérios do Governo foram postos em alerta e os requerentes de asilo estão a ser alojados em vários locais temporários, acrescentou.

Sob condição de anonimato, um funcionário da agência das Nações Unidas para os refugiados (ACNUR) já fala em situação de emergência.

Protestos em Moçambique Protestos em Moçambique

“Dada a complexidade da situação, ainda não verificámos o número exato de chegadas. Os esforços de registo começaram hoje e teremos uma ideia mais clara quando este processo estiver concluído”, disse o funcionário.

“Poderemos então avaliar a forma de os encaminhar para um alojamento mais permanente”, acrescentou a fonte da ONU.

Entretanto, o pequeno Reino de Essuatíni, a sul de Moçambique, registou um afluxo de mais de 350 moçambicanos esta semana, disse o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Pholile Shakantu.

O número total de chegadas de moçambicanos desde o início dos protestos contra os resultados eleitorais aumentou para 500, acrescentou.

“Os nossos braços estão abertos enquanto país. Queremos tranquilizar e reafirmar o nosso compromisso como país para ajudar os nossos vizinhos de Moçambique”, disse o ministro.

Pelo menos 134 pessoas morreram desde segunda-feira nas manifestações pós-eleitorais em Moçambique, elevando a 261 o total de óbitos desde 21 de outubro, e 573 baleados, segundo o último balanço feito pela plataforma eleitoral Decide.




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