Politica
Cidadãos reprovam desempenho dos deputados
Com a última sessão plenária marcada para o próximo dia 14 de Agosto, os cidadãos deram nota negativa ao desempenho dos deputados da Assembleia Nacional, durante as discussões de temas diversos ligados à vida política e social do país.
Um dos grandes destaques foi a não discussão na generalidade da proposta de lei sobre a institucionalização das autarquias locais, prevista para este ano.
Com as transmissões, em directo, das sessões plenárias da Assembleia Nacional, no canal 2 da Televisão Pública de Angola (TPA) e no principal da Rádio Nacional de Angola (RNA), os cidadãos avaliaram e fiscalizaram o desempenho de cada deputado, e, segundo eles, esperavam mais dos seus representantes na maior casa de debate do país.
Em entrevista ao Correio da Kianda, o estudante universitário residente na província do Cuanza Sul, Adilson Agostinho Dias, considera que os deputados na Assembleia Nacional tiveram um desempenho péssimo.
“Tiveram um desempenho fraco e mais uma vez mostraram que eles não estão nem aí para os que lhes escolheram (povo)”, declarou.
O estudante de direito, em Luanda, acrescentou que os deputados não “quebraram” a rotina: “os deputados do MPLA fazem e desfazem e os deputados da oposição continuam a ‘dar shows’ nas redes sociais em vez de o fazerem na Assembleia Nacional”, apontou.
O taxista Félix Kinaca Gouveia disse que numa escala de um a dez para o desempenho dos representantes do povo para este ano, atribui o valor um, justificando que eles “andaram a brincar; não fizeram absolutamente nada em prol do país”. O jovem gostaria que os parlamentares discutissem o caso de José Kalupeteka e a institucionalização da proposta de Lei das Autarquias.
Por sua vez, o jurista Nelson Mucazo Euclides, diz que este ano foi que menos se produziu: “não sentimos efeitos especiais dos trabalhos deles”. Segundo ele, faltou determinação nos deputados da oposição e falta de vontade da parte dos deputados do MPLA.
O jurista augurou que seria neste ano parlamentar onde devia ser revista a Constituição da República de Angola (CRA) e a aprovação dos pacotes legais para as autarquias locais.
Eleições autárquicas
Para o estudante finalista do curso de história e professor, Donito Carlos, este ano o parlamento angolano voltou a ser o que já é: “improdutivo, mas cujos funcionários são dos que mais ganham o dinheiro público como salário. As organizações normalmente traçam metas e a AN nunca teve metas a favor do povo”, afirmou.
Para o professor, as eleições autárquicas são uma alavanca para o desenvolvimento das comunidades no país: “a não aprovação deste pacote autárquico mostra a falta de seriedade da parte deste órgão, que só sabe aprovar as deliberações do poder executivo, mas não sabem honrar com os seus compromissos legislativo”.
Os nossos entrevistados disseram ainda que os deputados não apresentaram propostas para inverter a degradação das condições de vida dos cidadãos, assente na perda do poder de compra. Também foram unánimes ao solicitarem aos parlamentares a discussão da proposta de lei sobre a institucionalização das autarquias, na última sessão plenária do dia 14, que marca o fim do ano parlamentar de 2020.
A Assembleia Nacional é constituída por 220 deputados, 150 dos quais do MPLA, 51 da UNITA, 16 da CASA-CE, dois do PRS e um da FNLA.