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Cidadãos do Cuito sem acesso a jornais privados
Quem circula pelo interior de Angola fica com a sensação de que o direito à informação plural é um privilégio de uma minoria que reside nas grandes cidades. Após três dias a percorrer as ruas da cidade do Cuito, a capital da província angolana do Bié, a DW não encontrou um único ardina, nem nenhum ponto de venda de jornais.
Segundo alguns habitantes, só chegam com alguma regularidade ao Cuito o “Jornal de Angola” e outras publicações do mesmo grupo estatal, como o “Jornal dos Desportos” e “Economia e Negócios” – jornais que só é possível comprar na sede da empresa.
Semanários privados publicados na capital, Luanda, não se encontram e ninguém sabe explicar os motivos.
Para o estudante universitário Martins Sachilulu, a falta de jornais na província impede os cidadãos de saberem o que se passa, o que constitui uma violação do direito à informação. “O cidadão que reside na cidade do Cuito pode informar-se, mas não se informa do que necessita ou de acordo com as suas expetativas. Há muitos factos que têm sido ocultados”, considera.
O funcionário público Fernando Caongo concorda e faz um pedido: “Nós queremos que o Executivo e outras entidades que trabalham no setor façam o melhor para termos informação a tempo e horas”, apela.