Sociedade
Cidadãos denunciam que polícias negaram socorro à jovem baleada no Cazenga
Testemunhas oculares ouvidas pelo Correio da Kianda, na manhã desta sexta-feira, 11, no bairro dos Ossos, distrito do Hoji-ya-Henda, Cazenga, zona onde registou-se mais um homicídio supostamente protagonizado por um agente da Polícia Nacional, revelaram a este jornal que mesmo depois de aperceber-se que tratava-se de uma inocente, o agente que atirou contra a jovem não se disponibilizou a ajudar a levar a mesma para um hospital mais próximo.
Avançam que o agente em causa teve a solidariedade de outros efectivos, que o ajudaram a deixar o local, “abandonando o corpo da malograda” o que provocou fúria aos moradores que acabaram por invadir o posto policial.
“Ele saiu da esquadra para ir dar corrida nuns jovens que são de grupo e, em vez de fazer tiro no ar, fez directamente para as pessoas e a bala atingiu a Helena”, descreveram o crime que ocorreu na noite desta quinta-feira.
“O pior é que mesmo depois de alertarem o agente que disparou contra uma inocente, nem sequer se disponibilizou em ajudar a jovem para lhe levar ao hospital municipal que é aqui próximo”, disse Cristina Panzo, moradora do bairro dos Ossos, ao Correio da Kianda.
A malograda que em vida chamou-se Helena Sebastião Mussunda, tinha 15 anos, e encontrava-se em fase de gestação, segundo os familiares.
A morte prematura da jovem está a deixar indignada a família, que clama por justiça e um fim às mortes, que nos últimos dias têm sido constantes, com agentes da Polícia a serem apontados como sendo os principais protagonistas.
A Polícia Nacional, até ao momento, não se pronunciou sobre o assunto, silêncio que tem estado a preocupar jornalistas de diferentes órgãos de comunicação social que aguardam por um pronunciamento oficial.
Cálculos feitos pelo Correio da Kianda apontam que desde a entrada do Estado de Emergência e posteriormente o de Calamidade, cerca de dez cidadãos, já terão perdido a vida, sendo a polícia e militares como estando por detrás das mesmas.