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Politica

Cidadão que divulgou vídeo com dinheiro e ouro impedido de deixar o país

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No final de Janeiro deste ano circulou um vídeo nas redes sociais de um jovem a exibir somas avultantes de divisas em malas e barras de ouro. O cidadão foi identificado por Carlos Simão Canda, natural do município de Sanza Pombo, no Uíge, nome este que, segundo o nosso entrevistado, as autoridades angolanas insistem em o fazer renunciar para assumir uma nova identidade, de um cidadão que já possui, inclusive, conta bancária.

Na tarde desta segunda-feira, 07, Carlos Simão Canda concedeu uma conferência de imprensa, em Luanda, para esclarecer o facto e dar a conhecer que a justiça angolana já lhe inibiu de todas acusações contra si.

Carlos Simão Canda disse que convocou a imprensa para esclarecer sobre o ocorrido, afirmando que na altura em que esteve no Dubai foi contacto pela Embaixada de Angola na África do Sul, por orientação de ordem superior, teve de chegar de imediato naquele país, onde fez o trajecto de Dubai a Uganda e do Uganda para a África do Sul, com bilhetes pagos pela embaixada.

De acordo com o jovem, ao chegar na África do Sul, foi surpreendido pelo forte aparato do SINSE e de imediato foi informado pela embaixadora que o estado angolano queria que fosse para Angola.

Na companhia dos agentes do SINSE e por intermédio dos serviços diplomáticos de Angola na África do Sul, na pessoa do secretário geral da embaixada, Carlos Canda foi levado para a Namíbia onde ficou por lá 10 dias em uma unidade hoteleira, onde também foi recebido pela Embaixada de Angola na Namíbia, que lhe acompanharam para poder chegar ao país.

O jovem disse que desde que foi notificado para poder comparecer, prestou todo auxílio e colaboração às autoridades angolanas para o esclarecimento sobre o caso. Carlos revelou que chegando a Namíbia, os agentes do SINSE e os serviços diplomáticos de Angola na África do Sul e da Namíbia, o obrigaram que trocasse a sua real identidade com nome de Carlos Simão Canda, para entrar no país, que respondesse pelo nome de Policárpio Costa e que tratasse um novo B.I, justificando que era por questão de sua segurança pessoal, daí recebeu um salvo conduto para facilitar a sua saída da Namíbia para Angola.

Carlos Simão Canda avançou que após terem chegado ao país, informou as autoridades, que a sua família passava por necessidades financeiras, depois de ter solicitado, as autoridades atenderam o pedido, do qual foi transferido uma quantia de cento e quarenta mil kwanzas, com o nome de Policárpio Costa.

O jovem diz ter ficado incrédulo e sem perceber como é que lhe é atribuído uma nova identidade por segurança, já tem uma conta bancária com movimentações? Segundo o mesmo, apercebendo-se da situação, achou que as autoridades angolanas estavam a tentar forjar um crime contra si.

Durante a conferência de imprensa, Carlos Simão Canda, realçou que tal atitude dos serviços diplomáticos de Angola na África do Sul e na Namíbia, é ilegal em que estavam a querer incriminá-lo por crimes de branqueamento de capitais e lavagem de dinheiro se continuasse a responder pelo nome de Policárpio Costa, deitando por terra qualquer cooperação se as autoridades continuassem a obrigá-lo a responder pelo nome que não seja de Carlos Simão Canda.

Após ter chegado ao país, foi conduzido junto com a sua família a viver em uma vivenda do Nova Vida, em companhia com o secretário geral da embaixada de Angola na África do Sul, identificado por senhor Nelson, com quem compartilharam a mesma moradia por 45 dias. O local serviu de interrogatório das autoridades angolanas para saberem do jovem a origem dos dinheiros e ouros que exibiu num vídeo vazado pelas redes sociais.

“Dinheiro não é angolano”

Carlos disse as autoridades angolanas que o dinheiro não era de Angola e nem tão pouco era dele, mas que pertencia a alguns investidores ugandeses que tinham intenção de investir em Angola, para tal, ele apenas era o contacto com algumas figuras angolanas que se interessavam em receber aquele dinheiro para investir no país.

Segundo o jovem, que é tido como lobista, aquela soma avultante de divisas e ouro, se chegasse no país deviam investir nas áreas das agriculturas, transporte e indústrias transformadoras.

O jovem denunciou ainda que as autoridades angolanas obrigavam que tratasse um B.I e passaporte com o nome de Policárpio Costa e que se desfizesse do seu nome real que é Carlos Simão Canda. Permanentemente, continua a rejeitar tal exigência das autoridades, porque segundo ele, querem o incriminar e que ele é um cidadão trabalhador honesto e que não é criminoso.

“Não conheço quem é este Policárpio e nem sei o que faz”, lamentou e acrescenta que querem me dar um nome que já tem uma conta bancária e que há mais movimentações na mesma conta.

Questionado do por que da exposição daquela quantia nas redes sociais, o jovem disse que a intenção não era para expor, mas sim, para mostrar aos seus contactos no país, que tinha aquele dinheiro e ouro em sua posse, para continuidade dos negócios e que, infelizmente, alguém de má fé, vazou o vídeo.

O lobista lamentou a intensão das pessoas em quererem associar o engenheiro e ex-dirigente do MPLA, Paulo Cassoma, ao caso, revelando que o vídeo não foi gravado no território sul africano, mas sim, em Kapala, no Uganda, e não foi numa fazenda, como foi divulgado nas redes sociais.

Carlos Simão Canda disse que a PRG e o SIC o inocentaram de todas as acusações e pede que seja liberado para seguir a sua vida no mandato de soltura nª 62/21, assinado no dia 10 de Maio de 2021, pelo Procurador José Domingos Henriques Lino.

Vida normal

Na tentativa de retomar a sua vida normal, no dia 10 de Maio, o jovem de 33 anos, comprou uma passagem de viagem de oito dias para o Dubai, Uganda, vice-verso. No momento do embarque foi surpreendido por agentes do SIC que lhe informaram que por ordem do ministro do Interior, não podia deixar o país, e foi recebido os seus pertences como B.I, passaporte e telemóvel.

O jovem disse ainda que depois de ser considerado como inocente, a apreensão dos seus pertences pelo SIC, é considerado como abuso de poder por parte do ministro do Interior, por que, segundo ele, o ministro do Interior não tem poder de impedir a saída de qualquer cidadão, se não o Ministério Público.

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1 Comment

1 Comment

  1. António Daniel Libermann

    08/06/2021 at 2:23 pm

    Esta é a nossa Angola do sabes quem sou. Usa-se e abusa-se do poder em Angola. Assim não vamos lá!

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