Cidadão morre no hospital após ser torturado pela Polícia no Cuanza Sul por “ordem” do Comandante

A Polícia Nacional na província do Cuanza Sul está a ser acusada de ter torturado um cidadão, de 47 anos de idade, pertencente a empresa de segurança “Seguservice”,  alegadamente por ordem do segundo Comandante para Ordem Pública na Província, Pedro Januário Pedro. 

De acordo com os  relatos feitos ao Correio da Kianda por familiares o  malogrado morreu, na sequência de torturas de que foi alvo, na última sexta-feira, 26, no Comando Municipal do Sumbe, sob-orientação do Segundo Comandante Provincial para ordem pública, de nome Pedro Januário Pedro, depois deste ter sido impedido pelo segurança, ainda em vida, de visitar o seu colega,  numa altura em que o horário de visita já tinha passado.

Explicam que o segundo Comandante Provincial da Polícia chegou ao hospital regional 17 de Setembro, a civil e num horário que não era de visita, e que por ter sido impedido, recorreu ao uso do “seu poder”, contactando o Comando Municipal do Sumbe, que de seguida, deslocaram-se ao hospital regional com homens e meios, onde recolheram o referido segurança e o levaram as celas do Comando Municipal do Sumbe, onde ficou detido por dois dias.

Na última segunda-feira, 29, familiares e colegas, segundo descreveram a este jornal deslocaram-se ao Comando da Polícia, a fim de saber da situação do mesmo. Revelam terem o encontrado em estado crítico e inconsciente, com sinais de espancamento, que os obrigou a levar de imediato ao Hospital regional, onde acabou por não resistir, e conheceu a morte.

Face a denúncia, na busca do contraditório, na tarde desta sexta-feira, 2, por volta das 16 horas, o Correio da Kianda contactou o Segundo Comandante da Policia para Ordem Pública na Província do Cuanza Sul, Pedro Januário Pedro, de quem se acusa.

A este jornal, o oficial da Polícia confirmou ter contactado o Comandante Municipal na altura dos factos, a quem ordenou que se recolhesse o segurança até a esquadra para uma “correcção disciplinar”, segundo referiu, por este, justificou, ter se dirigido mal ao oficial da Polícia.

“Ele foi muito desrespeitoso comigo. Não houve agressão nenhuma, negou. Contactei sim, o Comandante Municipal, para que o levassem ao comando para uma correcção. Ele deve ter morrido de AVC”, concluiu, negando todas as acusações.