Sociedade
Cidadã questiona contributo dos deputados do círculo provincial da Lunda Sul
Uma cidadã, de 61 anos de idade, questionou esta terça-feira o papel dos deputados do círculo provincial da Lunda Sul em prol da melhoria de vida da população local.
Foi à emissora provincial da Rádio Ecclésia, na cidade de Saurimo, que a cidadã dirigiu-se para fazer-se ouvir e questionar o papel dos parlamentares eleitos pela população que acorreu às assembleia de voto, em 2017.
Madalena Singuinheca, tem 61 anos de idade, e entende que os deputados do círculo provincial não têm desempenhado o papel pelo qual foram eleitos.
“Por que os deputados nas províncias não têm uma casa pra receber a população? Nós elegemos os deputados, todos sem excepção. Então seria bom se eles tivessem uma casa e comecem a receber as pessoas. Eles é que sabem se é uma vez por semana, ou uma vez por mês, mas o importante é que cada pessoa chega lá com a sua preocupação é está preocupação chegue lá no parlamento”, afirmou.
Madalena Singuenheca lembra que o papel do deputado não é apenas de discutir e aprovar leis, mas de ouvir os anseios e preocupações dos cidadãos que os elegeram.
Ela recua no tempo para dizer que no passado, a província da Lunda Sul tinha uma Assembleia Nacional provincial, que nos dias de hoje já não funciona.
“Inclusive eu sei onde é que era a Assembleia Popular provincial. As vezes passo por lá e vejo que anda fechada. Mas aquela casa devia permanecer aberta para os deputados receberem a população.
A anciã aproveitou a oportunidade para tecer críticas ao sistema de ensino no país, tendo considerado o curso pré-universitário como exemplo da sua constatação, que entretanto, deixa-me com o coração entristecido.
“O próprio governo decidiu que vou fazer a escola do PUNIV. Ninguém pediu. Isso não foi opção de nós pais das 18 províncias. E como é que hoje os cursos pré-universitários não têm saídas? E mesmo assim ainda continuam a formar pessoas nos cursos do PUNIV? Os que fizeram o Puniv, estão com os diplomas em casa”, desabafou afastada e citando como exemplo, uma filha, de 35 anos de idade, que depois de concluída a formação média, não consegue emprego, apesar de já se ter licenciado no curso de História.
Madalena Singuenheca aproveitou a ocasião para convidar o Presidente da República, os deputados do círculo provincial da Assembleia Nacional, bem como membros do executivo, a revisitar o Pólo de Desenvolvimento Diamantífero do Saurimo.
O objectivo da visita, justificou, é de avaliar o impacto social e compará-lo com as expectativas criadas pela população sobre o projecto.
“O nosso presidente tinha vindo, cortou a fita, mas desde que se abriu esse pólo, era média de 60 alunos, foram desistindo e acabaram de ficar em casa sem pelo menos uma gratificação […] Tudo isso eu não sei se os responsáveis máximos da província sabem, ou se os próprios deputados sabem. Como é que eles não fazem visitas?”… desabafou em questionamentos.