País
Chuvas matam 16 pessoas em Benguela
Jaime Azulay / JA
Pelo menos 16 pessoas, entre as quais quatro crianças, morreram na sequência do forte temporal que se abateu sobre as cidades do Lobito, Catumbela e Benguela, província de Benguela, durante a noite de sábado, que causou ainda 28 feridos, dois desaparecidos, 93 casas inundadas, 39 desabadas e a queda de 36 árvores, revelou ao Jornal de Angola o porta-voz do Comando Provincial da Polícia Nacional, Pinto Caimbambo.
O maior número de vítimas foi registado na vila da Catumbela, nos bairros da Tata, Cambandi e Alto Mulumba, com 12 mortos, dos quais dois por descarga eléctrica, 38 residências desabaram e 93 ficaram inundadas, duas escolas parcialmente destruídas e 15 árvores derrubadas.
O administrador municipal da Catumbela, Julião de Almeida, disse ao Jornal de Angola que entre os 12 mortos estão quatro crianças, cujos corpos já foram recuperados pelas autoridades e se encontram na morgue local, mas as buscas prosseguem em todos os bairros e nas valas de drenagem que se encontram cobertas de lama e lixo.
Em Benguela, o administrador municipal, Carlos Guardado, disse que um cadáver do sexo masculino tinha sido encontrado na manhã de ontem, numa vala no bairro da Canequetela, arredores da capital provincial, e garantiu que as operações de busca e salvamento vão prosseguir.
Até às 17h00 de ontem, três mortos na cidade de Benguela estavam confirmados pelo Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, sendo uma das vítimas uma mulher, no Bairro 71, um ferido, 15 árvores derrubadas, duas viaturas danificadas, uma casa desabada e um poste de iluminação destruído.
Na cidade portuária do Lobito, onde pairavam os maiores receios, dadas as características específicas da urbe, o administrador municipal, Nelson da Conceição, disse, a meio da manhã de ontem ao Jornal de Angola, que havia o registo de um morto e um ferido, uma pessoa salva numa lagoa, seis árvores derrubadas e 11 casas sem tecto.
Já no período da tarde, o Serviço de Protecção Civil e Bombeiros confirmava três vítimas fatais, registadas após a ocorrência de uma enxurrada nas montanhas circundantes do município do Lobito, em direcção à zona baixa do chamado Bairro Africano.
“Estamos ainda a fazer o balanço dos danos registados durante a noite no bairro do Liro”, referiu o administrador.
Nelson da Conceição fez referência a inúmeros amontoados de lixo e de outros resíduos sólidos depositados em alguns pontos da cidade e na baía do Lobito, após terem sido colhidos pelas enxurradas nas encostas dos morros onde se situam os bairros mais pobres.
A construção anárquica de residências precárias em zonas de risco tem sido apontada como uma das causas para os elevados danos humanos e materiais que se registam na época de chuvas em Benguela.