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Chivukuvuku teria Presidência na UNITA

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Abel Epalanga Chivukuvuku, o angolano que mais manifesta vontade de substituir José Eduardo dos Santos do posto de comandante-em-chefe das Forças Armadas Angolanas (FAA), precipitou-se ao abandonar a UNITA, a 14 de março de 2012. Foi erro de cálculo e gritante ausência de perícia.

Ora, embora seus mais fiéis colaboradores do tempo em que militou no Galo Negro, com alguns dos quais concebeu a CASA-CE, justifiquem a saída de Chivukuvuku da UNITA a uma alegada perseguição levada a cabo por Isaías Samakuva e pares, a verdade é que o ex-homem forte da inteligência dos “maninhos” ao tempo de Jonas Savimbi, esqueceu-se do importante conselho de «Príncipe Maquiavel», que já se tornou viral: “Não ofusque o brilho do mestre”. Abel fez exactamente o inverso.

Ao invés de enaltecer o líder para depois de alguns anos forçar uma sucessão negociada, face as derrotadas sucessivas de Isaías Samakuva nas eleições de 2008 e 2012, o agora presidente da Convergência Ampla de Salvação de Angola, que fora responsável pela vitória de Samakuva sobre o general Paulo Lukamba Gato, no conclave interno de 2003, enfeitiçou-se pela performance que cultivou e a admiração que os rapazes da JURA e não só nutriam por ele e decidiu contestar as estratégias do presidente que em pouco meses ele mesmo havia apoiado.

Em consequência, na qualidade de presidente do partido, o apenas “guarda livro” – como o próprio Chivukuvuku havia-o considerado, durante os debates do 9º Congresso Ordinário, realizado em 2007, usou das prerrogativas que lhe assistem os estatutos da organização e, paulatinamente eliminou a ameaça.

Porém, não encontrando espaço a nível interno, face as investidas do antigo amigo – agora presidente, Abel Chivukuvuku rumou para outros desafios, infelizmente, teve o azar de se juntar a Alexandre Sebastião André e outros que, tal como Isaías Samakuva, põem em risco o seu sonho de um dia vir a ser presidente de todos os angolanos.

CASA-CE sem coesão interna

Na história política recente, com excepção de Donald Trump, nos Estados Unidos da América (EUA), jamais uma organização política ou um representante de um partido político venceu às eleições presidenciais ou gerais sem coesão a nível interno.

Pois, a unidade interna blinda a organização contra qualquer ataque e proporciona ao grupo melhores probabilidades de vencer determinados conclaves/pleitos. Foi este factor que fez do MPLA grande e do ANC (na África do Sul) também.

No caso vertente, a Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), liderada por Abel Chivukuvuku conseguiu amealhar oito dos 220 lugares da Assembleia Nacional, face a coesão interna de então, associado ao factor novidade.

Cinco anos depois, a CASA-CE, ao invés de se concentrar nas Eleições Gerais aprazadas para agosto próximo, cerrando fileiras à volta do líder, à semelhança de outras formações políticas, mergulhou num clima de crispação interna, gerada pela clara traição dos presidentes de três organizações políticas (PADDA-AP, PPA e PNSA) das quatro que sustentam juridicamente a Coligação.

Ora, face a vontade expressa dos delegados ao IIº Congresso Ordinário da CASA-CE, realizado a setembro passado, constante nas Deliberações e Conclusões daí saídos, o Conselho Presidencial da Convergência requereu, ao Tribunal Constitucional, a conversão da coligação a partido político, mas durante o período legal de apreciação, o TC diz ter recebido três cartas separadas lavradas pelos três partidos já enunciados, manifestando recusa à anterior solicitação.

Por mais que tentem branquear a situação, a CASA-CE está dividida e é com o presente formato que irá às Eleições Gerais (os independentes com o PALMA – único partido que deu sim à transformação de um lado, estando o PADDA-AP, PNSA e PPA do outro).

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