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Chineses acusados de estarem a “escravizar” funcionários angolanos em casino 

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Cerca de trinta e dois trabalhadores angolanos denunciaram, nesta quinta-feira, 06, ao Correio da Kianda, os maus tratos que têm vindo a sofrer pelas mãos de um grupo de cidadãos chineses responsáveis pelo casino Baoli, em Luanda.

Os cidadãos angolanos, funcionários que trabalham como “fazedores de jogo” no casino Baoli, localizado na via expressa (sentido Benfica/Kilamba), denunciam estar a ser explorados por cidadãos chineses responsáveis pelo establecimento.

Em causa está a ausência de gozo de férias, a proibição de reivindicação de direitos, os altos descontos feitos e o não pagamento de salários, há mais de três meses.

Contam que desde o surgimento dos primeiros casos da covid-19 no país que a empresa viu-se obrigada a encerrar. Mas, antes do seu encerramento, a entidade patronal terá prometido cumprir com o pagamento de salários, situação que não passou apenas de promessas.

Dentre as condições desumanas que têm sido submetidos os trabalhadores angolanos daquela casa de jogo, segundo fizeram saber a este jornal,  estão ainda os trabalhos forçados e sem repousos, que quando reinvidicados, as respostas têm sido as ameaças de despedimentos por parte dos cidadãos chineses.

“Temos um salário de 80 mil, mas somos descontados 15 mil kwanzas por uma falta, quando uma funcionária dá a luz, fica em casa sem nenhum salário, até que ela achar que já pode trabalhar para receber o salário. Por outra, quem perder um irmão ou alguém muito próximo, a empresa não apoia em nada e ainda fica-se sem salário durante o tempo que estiver no óbito”, relatam.

Sem rendimentos há mais de três meses e sem meios para poder sobreviver e sustentar os seus familiares, os referidos funcionários contactaram a direcção da empresa dirigida por cidadãos chineses para que se acautelassem as promessas dos salários feitos antes do encerramento da empresa, mas foi em vão a tentativa de negociação, segundo explicam.

“Estamos sem salários desde o mês de Abril, temos tentado fazer uma negociação com a empresa para sermos pagos pelo menos 30%, mas os chineses recusam-se,  alegando que não têm dinheiro. Depois de tantas insistências, o dono da empresa deu-nos 15 mil kwanzas e 20 máscaras para cada um de nós vender, uma máscara mil kwanzas, e ficarmos com o dinheiro, caso conseguíssemos vendê-las, mas as máscaras também não estão a nos comprar”, lamentam.

O Correio da Kianda tentou contactar pessoas ligadas à direcção da referida casa de jogos, mas sem sucesso.




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