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Chefe da força regional que combate a violência no Leste da RDC renuncia
O comandante queniano de uma força regional criada para combater a violência das milícias no Leste da República Democrática do Congo disse que renunciou devido a obstrução e ameaças à sua segurança, aumentando as dúvidas sobre a eficácia da missão.
Na carta datada de quinta-feira, 27, o major-general Jeff Nyagah disse que estava desistindo devido a uma “ameaça agravada” à sua segurança e a um “plano sistemático” para frustrar os esforços da força.
No entanto, as Forças de Defesa do Quênia disseram na sexta-feira, 28, que Nyagah não havia renunciado, dizendo que a carta escrita por ele era falsa, mas que na verdade ele havia sido nomeado para um cargo de comando doméstico.
Os sete países da Comunidade da África Oriental (EAC) criaram a força militar EACRF em Abril passado para tentar acabar com o derramamento de sangue ligado a décadas de actividade militante no Leste do Congo.
Mas seu mandato expirou no mês passado e os líderes da EAC expressaram opiniões divergentes sobre como deveria operar, com o presidente congolês Felix Tshisekedi exigindo uma postura mais agressiva do que o mandato de manutenção da paz proposto por outros.
Na carta, Nyagah alegou que empreiteiros militares estrangeiros foram enviados para inspecionar sua residência em Janeiro, colocando dispositivos de monitoramento que o forçaram a se mudar.
Ele disse ter sido alvo de “campanhas de mídia negativas” orquestradas que acusavam a EACRF de ser branda com o grupo rebelde M23, que lançou uma ofensiva no Leste do Congo no ano passado.
Ele também mencionou uma pressão do governo do Congo para alternar o cargo de comandante a cada três meses.
“Minha segurança como Comandante da Força não é garantida”, disse Nyagah. “A frustração contínua tornou minha missão insustentável.”
Por Reuters