Connect with us

Sociedade

Centrais sindicais denunciam detenções e ameaças nos dois dias da greve geral

Published

on

Os dois primeiros dias de greve geral da função pública foram marcados por detenções e repreensões por parte da Polícia Nacional, que continua a intimidar os grevistas.

O porta-voz das centrais sindicais, Teixeira Cândido, que prestou a informação à Rádio Correio da Kianda, avançou que as ameaças e intimidações são extensivas aos delegados provinciais da justiça.

Teixeira Cândido disse que “ainda não houve nenhuma manifestação da parte do Executivo de voltar à negociações depois da última ronda”.

Entretanto, Teixeira fez um balanço positivo da greve geral e garante uma equipa de advogados de defesa aos sindicalistas detidos no Huambo.

A Ordem dos Advogados de Angola realizou esta quinta-feira, 21, uma conferência de imprensa onde apelou ao Comando Geral da Polícia Nacional, a Procuradoria-Geral da República e a Provedoria de Justiça, a intervirem com vista a libertar os sindicalistas e grevistas detidos naquela província do Sul do país.

Por sua vez, o director nacional do Trabalho, António Estonte, afirma que, de todos os pontos reivindicados pelas organizações sindicais, apenas dois estão por se concluir.

Dentre as solicitações dos trabalhadores constantes no Caderno Reivindicativo entregue ao Presidente da República, no dia 05 de Setembro de 2023, consta o reajuste salarial na ordem dos 250%, tendo os trabalhadores cedido para 100%, que está em análise por parte do Governo.

Em relação ao aumento do salário mínimo nacional para 245 mil kwanzas, as centrais sindicais recuaram para 100 mil kwanzas. Entretanto, o Governo quer o salário mínimo em função da dimensão da empresa.

AN chumba proposta da UNITA 

A UNITA viu esta quinta-feira chumbada a sua pretensão do requerimento sobre a greve das Centrais Sindicais, com 69 votos a favor, 95 contra, e zero abstenções, dos deputados a Assembleia Nacional, na 4.ª Reunião Plenária Ordinária da II Legislativa da V legislatura.

O deputado Américo Chivukuvuku, da bancada parlamentar do Galo Negro, disse que o requerimento visava manifestar a solidariedade com os trabalhadores em greve, e identificar as causas da mesma e buscar as possíveis soluções.

Por seu turno, o Presidente em exercício do Grupo Parlamentar do MPLA, Virgílio Tchova, considerou que o requerimento da UNITA “constitui um ruído numa altura que o processo de negociação está em curso entre as centrais sindicais e o Executivo”.

Lembrar que a 1° fase da greve geral da função pública vai de 20 a 22 de Março, sendo que a partir do dia 23, os trabalhadores recomeçam as suas tarefas.

Jornalista multimédia com quase 15 anos de carreira, como repórter, locutor e editor, tratando matérias de índole socioeconómico, cultural e político é o único jornalista angolano eleito entre os 100 “Heróis da Informação” do mundo, pela organização Repórteres Sem Fronteira. Licenciado em Direito, na especialidade Jurídico-Forense, foi ainda editor-chefe e Director Geral da Rádio Despertar.