Politica
“Cenário político angolano torna-se cada vez mais complexo”
O politólogo Victorino Matias disse que o cenário político angolano torna-se cada vez mais complexo, tendo em conta a luta que se observa pela liderança dos partidos, sobretudo da UNITA.
A observação foi feita em consequência da entrevista, esta terça-feira, do General Abílio Kamalata Numa, onde disse que os filhos do líder fundador da UNITA, Jonas Malheiro Savimbi, nunca estarão contra o legado do seu pai, tendo considerado esperar que Rafael Massanga ascenda à liderança da UNITA nos próximos anos.
Apesar de não haver ainda um pronunciamento acerca da pretensão de Rafael Massanga de ocupar a presidência do partido do galo negro, o especialista julgou importante considerar a possibilidade.
Noutro desenvolvimento, o politólogo descartou a probabilidade de ter havido um Golpe de Estado em Angola, levando em consideração o histórico do país. Victorino Matias avançou que a segurança na Presidência da República é fortemente assegurada, de tal maneira que não possa ser abalada facilmente.
Porém, o especialista pediu para que se aprofundem as investigações sobre um possível potencial bélico de diferentes grupos e forças políticas no país.
Num outro quadrante, o porta-voz da UNITA, Marcial Ndachala, rejeitou a possibilidade da transformação da Frente Patriótica Unida (FPU) em coligação de partidos políticos, visando as eleições gerais de 2027, como tem vindo a afirmar o Presidente do PRA-JA, Abel Chivukuvuku, com apoio do Bloco democrático.
Ndachala, disse que, a estratégia da FPU é da UNITA, e ela segue os desígnios do maior partido na oposição, “é claro que os dirigentes da FPU sentar-se-ão à mesa e traçar ideias para o futuro”, afirmou.
“Mas essa coisa de formalização de coligação de partidos não vem de nós, UNITA”, declarou Ndachala. O político afirmou também que, ainda é cedo para se abordar o pleito de 2027.
O responsável frisou ainda que a FPU foi concebida com o propósito de integrar todas as forças vivas da sociedade, mas descartou a ideia de institucionalizar a união como uma coligação.
Entretanto, o PRA-JA Servir Angola reagiu às afirmações do porta-voz da UNITA, Marcial Ndachala, feitas ao Jornal O País. O porta-voz do PRA-JA, Leonel Gomes, lembrou que era de esperar, tendo em vista a uma boa franja da maior força política na oposição abdicar dos seus símbolos e concorrer com os símbolos da coligação.
Contudo, Leonel Gomes acredita no patriotismo dos quadros da UNITA, que durante o Congresso venham abdicar dos seus símbolos para concorrer coligado, no modelo pós eleitoral.