Sociedade
Caxito: reclusos suspeitam conviver com o vírus da Covid-19
Alguns reclusos, que se encontram em cumprimento de pena na cadeia de Cabocha, arredores da cidade de Caxito, no Bengo, denunciam que um dos detentos tem apresentado sintomas da Covid-19, o que levanta a suspeita do vírus ter chegado àquele estabelecimento prisional.
Em denúncia feita à rádio Despertar, um dos reclusos, que preferiu falar em anonimato, disse que a contaminação do vírus da Covid-19 naquele estabelecimento, terá chegado por meio do seu director, que, supostamente, “terá falecido de Covid-19 na semana finda”, segundo fizeram saber.
Explicam que, nos últimos dias, viram-se surpreendidos com o estado de saúde do referido director, antes deste perder a vida. Contam que antes do mesmo ter falecido, terá tido uma recaída em pleno momento de trabalho, o que obrigou os funcionários daquele estabelecimento a encaminharem-no a uma unidade hospitalar de referência, onde acabou por não resistir e faleceu.
Apesar de não ter sido revelado as causas da morte, os reclusos falam em Covid-19, uma conclusão que para eles só foi possível após terem feito investigações a pessoas ligadas ao referido director, que admitiram “ter sim falecido de Covid-19, uma vez que a família não teve acesso ao corpo”.
“O director da cadeia, em momento de serviço, apanhou uma recaída e foi encaminhado em Luanda. Não resistiu, acabou por morrer, e quando investigamos, apesar da direcção tentar nos ocultar, descobrimos que ele morreu de Covid-19, porque a família disse que quando tentaram pedir o corpo, as autoridades não aceitaram”, contou à rádio.
Entretanto, uma fonte dos serviços de estabelecimento prisional na província do Bengo, contactada pelo Correio da Kianda, descartou a possibilidade de haver entre os reclusos casos suspeitos da Covid-19, realçando que em caso de suspeitas “nada será escondido”.